domingo, 9 de março de 2014

Portugal Campeão



À família ANDDI

"Nem todos os irmãos são amigos, mas todos os amigos são irmãos”


A região de champagne através da cidade Reims acolheu o oitavo campeonato do mundo de atletismo INAS em pista coberta. Cidade pacata onde pontificam dois majestosos monumentos, a catedral de Notre Dame e a basílica da San Remigio .Aqui, nota-se que as estações do ano cumprem religiosamente as suas funções; é inverno, chove, faz frio e cai geada. O Sol, esse só aparece de lampejo, dando a ideia de ter medo de se imiscuir num assunto que não é seu.

Reimis é conhecida pela” cidade da consagração real “ou” cidade dos reis” nela foram coroados 29 reis entre 1027 e 1825. Este foi o local ideal para a consagração das equipas nacionais masculinas e femininas como campeões do mundo de atletismo INAS em pista coberta 2014. Aqui se festejou o décimo quarto título de campeões do mundo em pista conquistado pelas seleções nacionais de atletismo da ANDDI( Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual)

Notas soltas sobre o campeonato

Quando o patinho feio se tornou o cisne mais bonito. Aconteceu com a prova de marcha que normalmente é das menos emotivas e foi a mais empolgante do campeonato. Sabendo a organização da presença do marchador português Pedro Isidro (primeiro atleta da deficiência intelectual a estar presente nuns jogos olímpicos) logo criou condições para que esta prova tivesse um êxito acrescido. Chamando ao local juízes internacionais de marcha e fazendo uma locução extraordinária durante a prova, anunciando os tempos volta a volta com gritos de incentivo, contagiando todo o público que em pé nunca deixou aplaudir o atleta desde o início ao fim da prova. Resultado? O Pedro Isidro juntou à sua medalha de ouro um recorde do mundo, que na minha opinião perdurará por muitos e muitos anos e ainda o prémio da melhor performance masculina do campeonato.

O suspeito do costume. Lenine Cunha voltou a ser o atleta mais medalhado da competição ganhando 8 medalhas ( 1 ouro 3 prata 4 bronze) aumentando o seu pecúlio para 156 medalhas ganhas a nível internacional. Mesmo sendo no desporto adaptado é obra.

Novinhos mas bons. Saliento as medalhas de bronze com recordes de Portugal do jovem Cristiano Pereira nos 800 e 1500 metros e a medalha de ouro com recorde de Portugal de outra jovem, Erica Gomes no salto em altura. Embora nesta área tudo seja demasiado imprevisível, auguro um grande futuro a estes dois atletas.

Portugal total. Pela primeira vez com representantes do continente e das duas regiões autónomas, Madeira e Açores a ANDDI demonstrou a sua abrangência no todo nacional

Portugal. Além dos títulos coletivos no sector masculino e feminino conquistou 24 medalhas (5 ouro 7 prata 12 bronze) nas provas individuais e estafetas

Ucrânia. Não poderia deixar de fazer referência a esta seleção pelos momentos conturbados que se vive nesse país, uma quase guerra civil, compareceram e competiram a um bom nível.

Polonia. Com uma seleção feminina cada vez mais forte, conquistaram 8 medalhas de ouro, merecem também uma referência nestas notas soltas.

Parabéns a todos os intervenientes neste campeonato, fundamentalmente à ANDDI pelo seu trabalho e capacidade de recrutamento de novos atletas. Uma saudação especial ao técnico de atletismo da ilha Terceira Emanuel, que a expensas próprias fez questão de acompanhar o seu atleta a esta competição, colaborando sempre com a restante equipa técnica, o que demostra amor pela modalidade.

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