Nós já temos a vacina. Segundo um
excelente artigo da jornalista Carla Tomás no semanário“Expresso”, as diversas epidemias só nas
últimas duas décadas: a SARS (2002) a MERS (2012) e agora a SARS CoV-2
causadora do COVID19, a gripe da aves (2005) e a gripe suína (2009) conhecida
por gripe A, são todas de origem animal
- morcegos, macacos, camelos, porcos ou galinhas. No mesmo artigo e
fazendo referência a um investigador de renome, refere que excetuando o vírus
causador da varíola, que parece ser exclusivamente humano e que por essa razão
foi possível eliminá-lo, doenças como o sarampo, varicela e as gripes resultam
do manuseamento de animais. Assim sendo, já temos a vacina, é abandonarmos a criação
intensiva de animais, consumirmos moderadamente produtos de origem animal e
deixar de destruir ecossistemas. A natureza continua a enviar avisos e como diz
o ditado: “Quem me avisa meu amigo é”. A natureza também tem a sua bomba
atómica e não precisa de um Enola Gay para a transportar. Entretanto vai sair a
Super Vacina e mais uma série de vacinas para proteger o humano, porque a
destruição e o consumismo exacerbado têm de continuar, os recordes da revista
Forbes têm de continuar a ser batidos, em 2019, Jeff Bezos de 55anos, dono da
Amazon teve a sua fortuna avaliada em 131 biliões de dólares. Para quem está em
confinamento este é o momento ideal para uma introspeção e uma reflexão a nível
de todos os aspetos que regulam a vida. Para quem gosta de leitura este é o
momento ideal para ler ou reler alguns dos clássicos que abordam o
comportamento humano e concomitantemente aumentar o seu pecúlio cultural. Gosto
da definição de cultura de Matthew Arnold, poeta inglês:” É a busca da nossa
perfeição total, mediante a tentativa de conhecer o melhor possível o que foi
dito ou pensado, em todas as questões que nos dizem respeito”. Mas a
leitura é também o que Margerite Yourcenar escreve na sua obra de arte que é o
romance histórico, Memórias de Adriano:” A palavra escrita ensinou-me a
escutar a voz humana, como as grandes atitudes imoveis das estátuas me
ensinaram a apreciar os gestos. Em contrapartida, e posteriormente, a vida,
fez-me compreender os livros”. As minhas sugestões vão para: Os Miseráveis
de Victor Hugo, em relação a esta obra o Escritor Vargas Llosa num ensaio sobre
a mesma, escreveu: “É uma das obras de literatura que mais fizeram homens e
mulheres de todas as línguas e culturas, desejarem um mundo mais justo, mais
racional e mais belo do aquele em que viviam”. Os Irmãos Kamarazov de
Dostoievki que num posfácio a este romance Sigmund Freud diz: “Os Irmãos Kamarazov
é o romance mais magistral que alguma vez se escreveu e nunca seremos capazes
de apreciar de verdade o episodio do Grande Inquisidor”. Grandes Esperanças
de Charles Dickens é outro dos grandes romances. Colocaria ainda nesta lista de
leitura de reflexão: A Servidão Humana de Somerset Maugham e a Insustentável
leveza do SER de Milan Kundera. Para terminar, para bem de todos desejo que
tudo isto acabe o mais rápido possível, especialmente para aqueles que estão sofrendo
com a doença, com falta de trabalho e os que estão na linha da frente arriscando
a vida no combate à doença.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentários...