Mataram a Cotovia, é um daqueles romances que obrigam a
pensar e que deixam personagens para nos fazem companhia durante muito tempo.
Se existem livros que eu gostava que os meus filhos lessem, este é um deles.
É um livro que aborda a sociedade americana de um estado
sulista durante os anos 30-40 do século 20, onde a segregação racial era aceite
de forma natural pela maioria das pessoas. Este livro
dá-nos uma perspectiva sobre a educação dos nossos filhos, ensina a importância
de nunca lhes limitar o pensamento, mas acima de tudo, mostra-nos uma forma de
agir com tudo aquilo que é diferente, minorias étnicas, outras religiões,
outras raças e acima de tudo outras formas de pensar.
A história passa-se numa pequena povoação de nome fictício
Maycomb e tem como protagonistas uma família cujo pai Atticus é viúvo, advogado
e tem um filho chamado Jem e uma filha chamada Stout.É através de Stout, uma
criança no início da sua vida escolar, que assistimos à narração dos factos
passados. Stout vê o mundo como só uma criança consegue ver, sem preconceitos e
com as interrogações próprias da idade da inocência.
Atticus é chamado a
defender um jovem negro acusado de violação de uma mulher branca e, mesmo
sabendo que nunca algum negro conseguiu ganhar uma acção em tribunal contra um
branco, ele empenha-se da melhor forma na defesa do seu cliente e consegue
provar a sua inocência. Ao longo da história deparamo-nos com personagens do
pior e do melhor que pode haver numa sociedade e todas elas aparecem
normalmente associadas a frases que transmitem emoção e conduzem a reflexões.
Não vou fazer uma sinopse da história, mas vou deixar alguns
excertos que achei interessantes
"Tinha a sua própria visão das
coisas, talvez bastante diferente da minha... filho, eu disse-te que se tu não
tivesses perdido a cabeça, eu ter-te-ia mandado ler para ela na mesma. Queria
que visses qualquer coisa nela...queria que visses o que é a verdadeira
coragem, em vez de pensares que coragem é um homem com uma arma nas mãos.
Coragem é sabermos que estamos vencidos à partida, mas recomeçar na mesma e
avançar incondicionalmente até ao fim. Raramente se ganha, mas às vezes
conseguimos. “
“Têm todo o direito de pensar dessa forma, como também
têm o direito a que as suas opiniões sejam respeitadas - disse o Atticus -, mas
antes de viver com os outros, tenho de viver comigo próprio. E a única voz que
se sobrepõe à regra da maioria é a nossa consciência."
“As cotovias não fazem nada a não ser cantar belas
melodias para nós. Não estragam os jardins das pessoas, não fazem ninhos nos
espigueiros, só sabem cantar com todo o sentimento para nós. É por isso pecado
matar uma cotovia”
Recomendo a leitura deste clássico da literatura Norte
Americana
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