terça-feira, 3 de abril de 2012

Portugal novamente campeão


Eis mais um momento que vivenciei e que faço questão de gravar com letras, e ler em voz alta, pois era assim que eu estudava.
Pensava eu, que aquilho que não queria esquecer se usasse os três sentidos; tacto, visão e audição mais facilmente iria ficar registado algures na mente, onde sempre que quisesse poderia ir buscar.




Portugal foi novamente campeão mundial de atletismo no sector feminino e masculino (Inas world indoor athletics championships) em pista coberta na vertente de desporto adaptado. Neste campeonato realizado em Manchester, além dos títulos colectivos os atletas portugueses conquistaram 25 medalhas, 10 de ouro, 7 de prata e 8 de bronze. Para ajudar a aumentar o pecúlio de prémios o atleta Lenine Cunha com 3 medalhas de ouro, 3 de prata e 1 de bronze foi considerado o melhor atleta do campeonato, título atribuído ao atleta com melhor prestação no evento. Deixei para o fim aquele que foi considerado por todos o melhor prémio do campeonato e esse prémio foi a presença na equipa de uma menina linda, Ana Catarina Ramos a quem recentemente foi diagnosticado um tumor que felizmente foi superado. Ela esteve a competir ajudando a equipa a superar o desiderato a que se tinha proposto. A tristeza com que recebemos a notícia aquando do diagnóstico da sua doença foi deveras superado pela alegria de a termos connosco.

Quando um pobre e pequeno País como Portugal tem um ascendente tão grande sobre os outros países numa qualquer modalidade resta apenas perguntar, como é possível?
A única razão que me ocorre é a de os outros Países não terem um Costa Pereira, coadjuvado sem sombra de dúvidas por um excelente quadro de profissionais que formam a ANDDI( Associação Nacional de Desporto para deficiência intelectual) e um grupo de técnicos da modalidade que se mostram disponíveis. Digo isto, porque estes resultados só são possíveis devido à dinâmica e capacidade de congregação de esforços em prol de um objectivo, que o técnico nacional Costa Pereira consegue mobilizar. Não encontro outra explicação.

Os atletas que integraram esta selecção estão todos de parabéns, pois foram inexcedíveis nos esforços que lhes foram pedidos.
Uma palavra de apreço à atleta Raquel que na ausência da carismática capitã Graça Fernandes assumiu essa prestigiante função com grande qualidade. Também saliento o trabalho da fisioterapeuta Maria João que ficou responsável por três sectores o de queixinhas, dói dois e lamentos, a câmara de chamada e fotos do evento. Não sei como, mas conseguiu cumprir tudo na íntegra.

Duas notas finais:
Para quem estiver interessado em consultar o impressionante número de títulos e medalhas conquistados pelos atletas da ANDDI ao longo dos tempos é só ir a http://www.anddi.pt/,
dentro do site clicar em ANDDI, e depois em Historial ANDDI.


Muitas vezes fala-se no dinheiro que os treinadores ganham com os atletas e para que não haja equívocos eu vou dizer quanto é que recebo do estado português pelo atleta da deficiência intelectual que eu treino e que tem mínimos B para os jogos paralímpicos. Recebo 12,88 (doze euros e oitenta e oito cêntimos) por mês, passo recibo verde no qual desconto 21 % desta verba. Aqui não anda alguém a aproveitar-se de alguém, anda é gente com um coração bastante grande e com muito gosto pela modalidade (valem as amizades que se fazem, os lugares que conhecemos e o sentimento de sermos úteis).

( infelizmente tentei acertar o texto mas não consegui )