segunda-feira, 2 de julho de 2012

Momentos



   Mais uma vez recorro à terceira pessoa do pretérito perfeito simples do verbo vencer, para escrever: Portugal venceu o campeonato da europa de atletismo INAS no sector feminino e masculino disputado em Gävle na Suécia. A estes títulos coletivos os atletas portugueses juntaram 40 medalhas, sendo que 15 foram de ouro. Também conquistaram os títulos de melhor atleta do sector masculino e feminino, melhor performance masculina e o prémio do medalheiro (seleção com mais medalhas). Perante uma supremacia destas não há muito a dizer, correu tudo bem, parabéns a todos os intervenientes.
   Embora tardiamente, gosto de divulgar no meu blogue as provas do desporto adaptado em que participo. Como em outras vezes teço alguns comentários sobre o tema em questão.

   Se é verdade que o desporto adaptado tem como principais objetivos facilitar a integração na sociedade das pessoas portadoras de deficiência e concomitantemente atuar como um meio preventivo e terapêutico, colmatando algumas debilidades provocadas pela deficiência. Não é menos verdade que os praticantes do desporto adaptado, são um grupo heterogéneo a nível do grau e do tipo de deficiência que são portadores, e por essa razão os principais objetivos que norteiam esta atividade também devem ser analisados de forma diferente.
   Atletas ambliopes, cegos totais, com dificuldade de aprendizagem (chamada deficiência intelectual) e alguns tipos de deficiência motora, estão simplesmente limitados a nível da deficiência em questão e não possuem outra limitação física, sendo que na prática do atletismo, são incorporados no treino e em competições dos atletas ditos normais.
  Para estes atletas, o desporto adaptado, não tem a função terapêutica, como em outros casos de deficiências mais graves, mas sim contribuir para uma melhor integração social, aumento dos níveis de auto confiança e auto estima, demostrando através dos seus resultados desportivos, que embora com algumas limitações, possuem qualidades que lhes permitem ser uteis à sociedade.
   É claro que o desporto adaptado não pode ser comparado ao desporto dito normal, pois correríamos o risco de subverter os principais propósitos para que foi criado. Agora, acusarem as instituições que promovem a prática do desporto adaptado de empolamento das medalhas ganhas e a comunicação social escamotear os resultados obtidos, acho muito mal. Já li vários tipos de acusação sobre o desporto adaptado, por vezes utilizando uma terminologia que considero abominável, ainda mais provindo de uma classe dita intelectual. É natural que atletas que estão no limítrofe da sua deficiência (os conhecidos borderlines) levantem alguma suspeição, mas no desporto dito normal, também existe suspeição. Quantos atletas que considerados ídolos, mais tarde viemos a saber que se dopavam e que através do doping adulteraram os resultados? E então! vamos suspeitar de todos? É claro que não……
Os atletas do desporto adaptado competem a nível internacional com atletas do mesmo grau de deficiência, as regras são iguais para todos, aqueles que ganham são os melhores. Por isso devemos dar relevância aos vencedores; atletas,treinadores e agentes promotores. A forma como trabalharam, e conseguiram mobilizar os atletas para a prática desportiva, a sua organização e empenho devem ser sempre enaltecidas.