quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Sete Anos


Nas últimas semanas têm surgido na comunicação social, com maior regularidade, alguns nomes que são desconhecidos por grande parte das pessoas. Refiro-me a: WEB Summit, Startups e CEOs. Simplificando esta terminologia: a Web Summit é simplesmente uma conferência sobre tecnologia que se realiza anualmente desde 2009. Startups são empresas que iniciam uma atividade com baixo custo de manutenção em atividades inovadoras no mercado e crescem rapidamente aumentando grandemente os seus lucros. Os CEOs são os chefes máximos das grandes empresas, responsáveis pelas suas estratégias e visão. Como podemos constatar, não vale a pena ficar amedrontado com estas nomenclaturas, pois sempre houve conferencias sobre tecnologia, empresas que apostando com baixos custos em produtos inovadores, tornaram-se grandes empresas e, também sempre houve “Chefões” que orientaram e inovaram com grande visão grandes empresas. No suplemento Económico do Expresso de 18 de novembro, a jornalista Sónia Lourenço, faz um excelente artigo tomando por tema uma informação da consultora Deloitte, em que esta consultora prevê sete anos para o surgimento de “alterações drásticas nos modelos de trabalho e nos próprios trabalhadores com a entrada no mercado global das novas gerações”, isto quer dizer que as empresas e os trabalhadores têm um espaço temporal bastante curto para se adaptarem à nova realidade. Neste artigo a jornalista faz menção ao robô “Sophia” que na Web Summit realizada recentemente em Lisboa disse: “Nós não vamos destruir o mundo, mas vamos roubar os vossos empregos”, depois fazendo referência a um estudo, diz que em Portugal 57% dos empregos são vulneráveis à automação. Na minha modesta opinião, a forma como toda esta temática é apresentada, tem objetivos que ultrapassam a simples informação da evolução tecnológica. Visa preparar as pessoas com menos habilitações para o desemprego, atribuindo as culpas à tecnologia e passando uma mensagem de incapacidade técnica para acompanharem os tempos que se seguem. O avanço tecnológico não vai fazer desemprego, o que vai produzir desemprego é a ganância humana. O desemprego atual não é devido aos computadores nem às máquinas é devido à deslocação das grandes empresas para os países emergentes e do terceiro mundo à procura de mão de obra barata e onde é fácil escravizar seres humanos, tudo isto em nome do vil metal. Mesmo nos países desenvolvidos as empresas, alegando engenharias financeiras, promovem o trabalho precário e o desemprego.  A história ensina que a evolução tecnológica não produz desemprego, pelo contrário o número de empregos que cria é superior ao que destrói. Citando Sérgio Lee, sócio da Deloitte a revolução industrial acontecida no início do século XIX, “embora alterando a estrutura de emprego, gerou mais empregos que os que eliminou”. Sérgio Lee defende: “acreditamos mais no conceito de Inteligência aumentada no que no de inteligência artificial….A nova espécie dominante serão seres humanos “mesclados” com máquinas”.