Nas últimas semanas têm surgido
na comunicação social, com maior regularidade, alguns nomes que são
desconhecidos por grande parte das pessoas. Refiro-me a: WEB Summit, Startups e CEOs. Simplificando esta terminologia: a
Web Summit é simplesmente uma
conferência sobre tecnologia que se realiza anualmente desde 2009. Startups são empresas que iniciam uma
atividade com baixo custo de manutenção em atividades inovadoras no mercado e
crescem rapidamente aumentando grandemente os seus lucros. Os CEOs são os chefes máximos das grandes
empresas, responsáveis pelas suas estratégias e visão. Como podemos constatar,
não vale a pena ficar amedrontado com estas nomenclaturas, pois sempre houve
conferencias sobre tecnologia, empresas que apostando com baixos custos em
produtos inovadores, tornaram-se grandes empresas e, também sempre houve “Chefões”
que orientaram e inovaram com grande visão grandes empresas. No suplemento
Económico do Expresso de 18 de novembro, a jornalista Sónia Lourenço, faz um
excelente artigo tomando por tema uma informação da consultora Deloitte, em que esta consultora prevê
sete anos para o surgimento de “alterações
drásticas nos modelos de trabalho e nos próprios trabalhadores com a entrada no
mercado global das novas gerações”, isto quer dizer que as empresas e os
trabalhadores têm um espaço temporal bastante curto para se adaptarem à nova
realidade. Neste artigo a jornalista faz menção ao robô “Sophia” que na Web Summit
realizada recentemente em Lisboa disse: “Nós
não vamos destruir o mundo, mas vamos roubar os vossos empregos”, depois
fazendo referência a um estudo, diz que em Portugal 57% dos empregos são
vulneráveis à automação. Na minha modesta opinião, a forma como toda esta
temática é apresentada, tem objetivos que ultrapassam a simples informação da
evolução tecnológica. Visa preparar as pessoas com menos habilitações para o
desemprego, atribuindo as culpas à tecnologia e passando uma mensagem de
incapacidade técnica para acompanharem os tempos que se seguem. O avanço
tecnológico não vai fazer desemprego, o que vai produzir desemprego é a
ganância humana. O desemprego atual não é devido aos computadores nem às
máquinas é devido à deslocação das grandes empresas para os países emergentes e
do terceiro mundo à procura de mão de obra barata e onde é fácil escravizar
seres humanos, tudo isto em nome do vil metal. Mesmo nos países desenvolvidos
as empresas, alegando engenharias financeiras, promovem o trabalho precário e o
desemprego. A história ensina que a
evolução tecnológica não produz desemprego, pelo contrário o número de empregos
que cria é superior ao que destrói. Citando Sérgio Lee, sócio da Deloitte a revolução industrial acontecida
no início do século XIX, “embora
alterando a estrutura de emprego, gerou mais empregos que os que eliminou”.
Sérgio Lee defende: “acreditamos mais no
conceito de Inteligência aumentada no que no de inteligência artificial….A nova
espécie dominante serão seres humanos “mesclados” com máquinas”.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
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