domingo, 18 de novembro de 2012

Quando Nietzsche chorou


Irvin D. Yalom psicoterapeuta e professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina da universidade de Stanford escreveu este admirável romance baseado na vida de duas das maiores personalidades do século xix, Friedrich Nietzsche e Josef Breuer. Embora seja um romance ficcionado “ a situação da vida da maioria das personagens baseia-se em factos”.   Josef Breuer foi um médico e fisiologista austríaco a quem se atribui a fundação da psicanálise. Friedrich Nietzsche foi um dos maiores filósofos, ainda hoje estudado muito profundamente. Breuer era uma pessoa muito angustiada e Nietzsche vivia em constante desespero com tendências suicidas.

O que Yalom fez para contar esta magnifica história, foi imaginar um encontro destas duas grandes personalidades, e mostrar até que ponto Breuer com os seus conhecimentos de medicina e o seu método recentemente descoberto a que chamou “ catarse” poderia curar o desespero de Nietzsche e este através da sua filosofia poderia aliviar a angústia de Breuer.

É um livro maravilhoso, com muita pesquisa, e que nos faz refletir sobre a influência que tem na nossa vida a forma como pensamos. Além do enredo bem construído, encontramos frases de rara beleza como algumas que passo a descrever: “ Quem não obedece a si mesmo é regido pelos outros” , “ Faz escolhas mas recusa-se a ser aquele que escolhe” , “ Cada pessoa tem que escolher a verdade que consegue suportar” , “ Transforma-te naquilo que és”, “ Não existe o caminho, a única verdade é aquela que descobrimos por nós mesmos”, “ A recompensa final dos mortos é não morrer”

Um ótimo livro para quem gosta de ler, e uma oportunidade de conhecermos duas das personalidades “que mudaram o curso da intelectualidade Ocidental”

No final do romance Yalom reserva um capítulo “ Nota do Autor” onde menciona quais são os factos reais e o que é ficção.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

E assim as coisas se vão compondo


Aos alunos do 1º ao 9º ano as autarquias deveriam entregar bicicletas em vez de passes escolares, esta mensagem foi transmitida pela professora catedrática Beatriz Pereira do instituto de Educação da Universidade do Minho. Deu como exemplo os países nórdicos onde esta prática é comum ” Nos países nórdicos, onde há muito frio, vê-se de manhã pais e filhos a pedalar de casa até à escola e, ao fim do dia, regressam. Até os alunos e professores universitários o fazem." Entre os benefícios que esta medida poderia trazer, destaca: promove estilos de vida saudável, menores custos para as autarquias, aumento da atividade física, redução do indício de poluição, fomenta desportistas em novas áreas e torna os cidadãos mais resistentes, prevenindo doenças crónico-degenerativas, concomitantemente diminui os gastos públicos de saúde.


Beatriz Pereira diz que a distância média do aluno português até à instituição de ensino é de três a cinco quilómetros e que não é preciso criar trajetos velocipédicos ou trajetos especiais “ onde circula um automóvel pode circular uma mota ou uma bicicleta, basta haver uma cultura de respeito pelo outro”. A docente salienta que o período dedicado à Educação Física na escola é de 90 mais 45 minutos semanalmente, claramente inferior aos 60 minutos diários recomendados pela Organização Mundial de saúde.

É claro que eu não acredito que nos tempos mais próximos esta medida seja exequível em Portugal. Ainda estamos numa fase do protecionismo exagerado aos nossos filhos. Reconheço que os perigos são muitos, e que o mais seguro é levá-los de carro até á porta da escola e no final das aulas, fazer o mesmo procedimento. Mas penso, que se investirmos um pouco mais na educação ( não falo de escolaridade)um dia isto será possível.

Fazendo uma pesquisa pelo Google, verifiquei que esta medida já está sendo aplicada no Brasil, mais propriamente em São Paulo, onde foram criadas as primeiras escolas de bicicleta do mundo. O programa “ Escolas de Bicicletas” único de formação de ciclistas urbanos no mundo, foi criado pela Secretaria Municipal de Educação, já tem alunos formados, que passaram a fazer o Trajeto casa – escola com bicicletas de bambu. Até dezembro terão cerca de 4,6 mil alunos formados. No caderno de um aluno que faça parte deste projeto constam lições sobre legislação de trânsito, transporte sustentável, estilos e modalidades de bicicleta, oficina de mecânica e montagem, história e cultura da bicicleta, educação ambiental, e orientações sobre liderança e mediação de conflitos. Também treinam equilíbrio, postura e resistência

Parece que tudo se vai compondo, uma nova mentalidade vai surgindo (embora sempre com resistências) para tentarmos criar um mundo melhor, preservando o meio ambiente e utilizando conscientemente os recursos naturais do Planeta. Um bem-haja a todos aqueles que de alguma forma contribuem ( nem que seja com uma simples ideia) para uma melhoria desta nossa casa que é o planeta Terra .

 "Trate bem a terra. Ela não foi doada a você por seus pais. Ela foi emprestada a você por seus filhos."

domingo, 2 de setembro de 2012

Quem quer ser vegetariano? Cannelloni com espinafres e requeijão


( para 4 refeições)















cannelloni (250 gr)1 embalagem
requeijão 1
espinafres picados 500 gr
cebolas 4
azeite 50 dl
alho 2 dentes
massa de tomate 50 gr
vinho branco q.b.
sal q.b.
queijo parmesão 200 gr

Começe por cozer os espinafres picados em água com um pouco de sal.Refogue a cebola picada e os alhos no azeite.Quando os espinafres estiverem cozidos escorra e junte ao refogado, de seguida junte também o requeijão todo desfeito e misture bem deixando mais uns minutos no lume.
Faça um molho com massa de tomate, vinho branco, água e leve a ferver.( tem de ter liquido suficiente para tapar o cannelloni) Começe a enher o cannelloni com refogado, colocando num pirex ou outro recepiente que possa ir ao lume.
Depois de terminado deite o molho quente no pirex até tapar o cannelloni. Cubra com queijo parmesão ralado e leve ao forno 180ºC até gartinar um pouco. Sevir acompanhado com salada

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O Fio da Navalha de Somerset Maugham

O Fio da navalha de Somerset Maugham é um romance intemporal, pois embora se situe entre a primeira e segunda guerra mundial, passando pela crise económica de 1929, aborda temas que são intrínsecos ao ser humano. O protagonista do romance é Larry, as principais personagens secundárias são: Isabel, Gray, Elliott, Suzanne Rouvier, Sophie e o próprio narrador. Embora todas estas personagens tenham algum tipo de relacionamento com Larry, não gravitam em seu redor só com o objetivo de contar a sua história, pois cada uma personifica um determinado tipo de comportamento humano, que nos leva a uma reflexão.

Em relação às personagens, Identifico-me com Larry na sua busca espiritual. Larry gostava de ler os grandes pensadores da humanidade, era bom ouvinte e não se negava experienciar vários tipos de religiosidade que de alguma forma pudessem contribuir para uma melhor compreensão da razão da sua existência. Na busca de um sentido para a vida, Larry viajou para Paris, e depois para a India onde parece que encontrou o que procurava. Mas não era um seguidor, foi sempre um pensador solitário. Quanto a Isabel, comecei por compreendê-la, mas ao longo do romance acabei por antipatizar com esta personagem, e quem ler o livro saberá a razão. Isabel amava Larry mas acabou por casar com Gray, pois o tipo de vida que Larry lhe propunha estava muito longe daquela que idealizava, onde o prestígio social e uma espiritualidade sem compromisso eram dois itens indispensáveis. Suzanne Rouvier é um tipo de pessoa que vive a vida juntando o útil ao agradável. Acaba por não ser uma pessoa feliz, mas também não passa por momentos de grande infelicidade. Vive o dia-a-dia com muito pragmatismo. Sophie é na minha opinião a personagem mais infeliz do romance. Era boa menina, muito alinhada, gostava de ler e escrever poesia. A vida acabou por não lhe correr bem e não teve força e sorte suficiente para dar a volta. A vida dela fez-me rever algumas pessoas conhecidas, e até amigas que passaram pelo mesmo. Elliott, tio de Isabel, pertence a uma classe que em Portugal apelidamos de jet set (socialite), vive de rendimentos, passa a vida a dar festas onde só convida gente importante, e faz tudo para participar nas chamadas festas chiques da alta sociedade. Para ele a aparência é o mais importante. Foi salvo da grande depressão de 1929 pelo vaticano, com quem tinha ótimas relações e lhe aconselhou a vender todas as ações, antes dos valores da bolsa terem descido drasticamente. Gray era o melhor amigo de Larry, amava Isabel com quem acabou por casar. Filho único de um milionário, foi uma das vítimas da crise económica de 1929, ficando na miséria. O narrador, Somerset Maugham, diz que conheceu os protagonistas e quanto à história escreve: “Não inventei nada. Para poupar constrangimentos a pessoas ainda vivas, dei às personagens que desempenham papéis nesta história nomes fictícios e tomei todas as precauções para evitar que alguém às reconhecesse”. Não sei se é verdade, mas se é, ele foi um homem com muita sorte por ter partilhado um pouco da sua vida com estas pessoas.

Pequeno excerto de um diálogo entre Larry e Isabel:

- “ Quero tomar uma decisão quanto à existência ou não existência de Deus – Quero descobrir porque existe o mal. Quero saber se tenho uma alma imortal ou se é o fim de tudo quando morrer.”
 - “ As pessoas têm-se colocado essas perguntas desde há milhares de anos. Se fosse possível encontrar as respostas certamente alguém já o teria feito.”
  - “ Se os homens fazem perguntas destas há milhares de anos, isso só prova que não conseguem deixar de às fazer e que têm de continuar a fazê-las”

Pequeno excerto de um diálogo entre o narrador e Isabel:

– Está muito apaixonada por Larry?
– Vá para o diabo. Nunca amei mais ninguém em toda a minha vida.
- Então porque casou com Gray?
- Tinha de casar com alguém. Ele era doido por mim e a minha mãe queria que eu casasse com ele. Toda a gente me dizia que era uma sorte ter-me livrado do Larry. E eu gostava muito do Gray; ainda gosto………. – Penso que realmente não o amava, mas uma pessoa passa bem sem o amor. Lá no fundo era pelo Larry que eu suspirava……….

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Momentos



   Mais uma vez recorro à terceira pessoa do pretérito perfeito simples do verbo vencer, para escrever: Portugal venceu o campeonato da europa de atletismo INAS no sector feminino e masculino disputado em Gävle na Suécia. A estes títulos coletivos os atletas portugueses juntaram 40 medalhas, sendo que 15 foram de ouro. Também conquistaram os títulos de melhor atleta do sector masculino e feminino, melhor performance masculina e o prémio do medalheiro (seleção com mais medalhas). Perante uma supremacia destas não há muito a dizer, correu tudo bem, parabéns a todos os intervenientes.
   Embora tardiamente, gosto de divulgar no meu blogue as provas do desporto adaptado em que participo. Como em outras vezes teço alguns comentários sobre o tema em questão.

   Se é verdade que o desporto adaptado tem como principais objetivos facilitar a integração na sociedade das pessoas portadoras de deficiência e concomitantemente atuar como um meio preventivo e terapêutico, colmatando algumas debilidades provocadas pela deficiência. Não é menos verdade que os praticantes do desporto adaptado, são um grupo heterogéneo a nível do grau e do tipo de deficiência que são portadores, e por essa razão os principais objetivos que norteiam esta atividade também devem ser analisados de forma diferente.
   Atletas ambliopes, cegos totais, com dificuldade de aprendizagem (chamada deficiência intelectual) e alguns tipos de deficiência motora, estão simplesmente limitados a nível da deficiência em questão e não possuem outra limitação física, sendo que na prática do atletismo, são incorporados no treino e em competições dos atletas ditos normais.
  Para estes atletas, o desporto adaptado, não tem a função terapêutica, como em outros casos de deficiências mais graves, mas sim contribuir para uma melhor integração social, aumento dos níveis de auto confiança e auto estima, demostrando através dos seus resultados desportivos, que embora com algumas limitações, possuem qualidades que lhes permitem ser uteis à sociedade.
   É claro que o desporto adaptado não pode ser comparado ao desporto dito normal, pois correríamos o risco de subverter os principais propósitos para que foi criado. Agora, acusarem as instituições que promovem a prática do desporto adaptado de empolamento das medalhas ganhas e a comunicação social escamotear os resultados obtidos, acho muito mal. Já li vários tipos de acusação sobre o desporto adaptado, por vezes utilizando uma terminologia que considero abominável, ainda mais provindo de uma classe dita intelectual. É natural que atletas que estão no limítrofe da sua deficiência (os conhecidos borderlines) levantem alguma suspeição, mas no desporto dito normal, também existe suspeição. Quantos atletas que considerados ídolos, mais tarde viemos a saber que se dopavam e que através do doping adulteraram os resultados? E então! vamos suspeitar de todos? É claro que não……
Os atletas do desporto adaptado competem a nível internacional com atletas do mesmo grau de deficiência, as regras são iguais para todos, aqueles que ganham são os melhores. Por isso devemos dar relevância aos vencedores; atletas,treinadores e agentes promotores. A forma como trabalharam, e conseguiram mobilizar os atletas para a prática desportiva, a sua organização e empenho devem ser sempre enaltecidas.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Portugal novamente campeão


Eis mais um momento que vivenciei e que faço questão de gravar com letras, e ler em voz alta, pois era assim que eu estudava.
Pensava eu, que aquilho que não queria esquecer se usasse os três sentidos; tacto, visão e audição mais facilmente iria ficar registado algures na mente, onde sempre que quisesse poderia ir buscar.




Portugal foi novamente campeão mundial de atletismo no sector feminino e masculino (Inas world indoor athletics championships) em pista coberta na vertente de desporto adaptado. Neste campeonato realizado em Manchester, além dos títulos colectivos os atletas portugueses conquistaram 25 medalhas, 10 de ouro, 7 de prata e 8 de bronze. Para ajudar a aumentar o pecúlio de prémios o atleta Lenine Cunha com 3 medalhas de ouro, 3 de prata e 1 de bronze foi considerado o melhor atleta do campeonato, título atribuído ao atleta com melhor prestação no evento. Deixei para o fim aquele que foi considerado por todos o melhor prémio do campeonato e esse prémio foi a presença na equipa de uma menina linda, Ana Catarina Ramos a quem recentemente foi diagnosticado um tumor que felizmente foi superado. Ela esteve a competir ajudando a equipa a superar o desiderato a que se tinha proposto. A tristeza com que recebemos a notícia aquando do diagnóstico da sua doença foi deveras superado pela alegria de a termos connosco.

Quando um pobre e pequeno País como Portugal tem um ascendente tão grande sobre os outros países numa qualquer modalidade resta apenas perguntar, como é possível?
A única razão que me ocorre é a de os outros Países não terem um Costa Pereira, coadjuvado sem sombra de dúvidas por um excelente quadro de profissionais que formam a ANDDI( Associação Nacional de Desporto para deficiência intelectual) e um grupo de técnicos da modalidade que se mostram disponíveis. Digo isto, porque estes resultados só são possíveis devido à dinâmica e capacidade de congregação de esforços em prol de um objectivo, que o técnico nacional Costa Pereira consegue mobilizar. Não encontro outra explicação.

Os atletas que integraram esta selecção estão todos de parabéns, pois foram inexcedíveis nos esforços que lhes foram pedidos.
Uma palavra de apreço à atleta Raquel que na ausência da carismática capitã Graça Fernandes assumiu essa prestigiante função com grande qualidade. Também saliento o trabalho da fisioterapeuta Maria João que ficou responsável por três sectores o de queixinhas, dói dois e lamentos, a câmara de chamada e fotos do evento. Não sei como, mas conseguiu cumprir tudo na íntegra.

Duas notas finais:
Para quem estiver interessado em consultar o impressionante número de títulos e medalhas conquistados pelos atletas da ANDDI ao longo dos tempos é só ir a http://www.anddi.pt/,
dentro do site clicar em ANDDI, e depois em Historial ANDDI.


Muitas vezes fala-se no dinheiro que os treinadores ganham com os atletas e para que não haja equívocos eu vou dizer quanto é que recebo do estado português pelo atleta da deficiência intelectual que eu treino e que tem mínimos B para os jogos paralímpicos. Recebo 12,88 (doze euros e oitenta e oito cêntimos) por mês, passo recibo verde no qual desconto 21 % desta verba. Aqui não anda alguém a aproveitar-se de alguém, anda é gente com um coração bastante grande e com muito gosto pela modalidade (valem as amizades que se fazem, os lugares que conhecemos e o sentimento de sermos úteis).

( infelizmente tentei acertar o texto mas não consegui )

sábado, 31 de março de 2012

Maravilhosa receita com seitan



Para os meus amigos vegetarianos e não só, cá vai uma das minhas receitas preferidas.Esta receita é usada com bacalhau mas eu faço com seitan e fica uma maravilha.

Ingredientes:
2 courgettes, 1 embalagem de seitan , 2 cebolas, 5 dentes de alhos , um pouco de salsa, 1 pacote de batata palha fina e algumas azeitonas pretas.








Confecção:
Picar as duas cebolas o alho e refogar. Cortar as courgettes em rodas fininhas e cozer. Fatiar o seitan e cortar em pedacinhos,
picar a salsa. Quando a cebola e o alho já estão quase refogados adicionar a salsa e o seitan para tomar gosto, quando estiver bem refugado adicionar as courgettes bem cozidas e a batata, depois é só mexer bem e servir com umas azeitonas pretas e acompanhar com salada.
Como podem constatar é simples e rápido, se provarem vão verificar como é delicioso.
( eu não uso o seitan todo, retiro três fatias do meio que depois uso para fazer bifes)