segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os Nadas





Quero escrever alguma coisa no blogue mas não tenho Nada para escrever. Por isso vou escrever sobre Nada, pequenos e grandes Nadas que me irritam profundamente.
Algumas definições de Nada no dicionário: Ausência de quantidade; ausência, quer absoluta, quer relativa, de ser ou de realidade; o que não existe; o que se opõe ao ser; bagatela; Coisa nenhuma; Não; de modo nenhum; coisa mínima; nenhuma novidade; sem resultado, etc.

NÚMEROS - No meu trabalho sou o Nº 1000437, se estiver doente pedem-me o Nº de utente, para receber dinheiro é o Nº de identificação fiscal, para identificar-me é o Nº de identificação civil, tratar de algum assunto no Banco o Nº de identificação Bancária e por ai adiante. Deixamos de ser pessoas e passamos a ser números, e como os números não têm sentimentos, carências socais nem outro tipo de problemas, ninguém quer saber de nós. Estamos tramados, somos Nada.

LUZ - Uma luz vermelha acende e eu paro o carro. A rua está deserta, não passam pessoas nem carros em algum sentido, mas eu só posso avançar quando uma luz verde acender. Fico parado à frente da luz vermelha, pensando: Eu aqui a obedecer a uma estúpida luz. Até uma simples e estúpida Luz já manda em mim…. Sou mesmo Nada

ESTATÍSTICA - Quando morre uma pessoa é uma coisa muito séria, muitos lamentos e condolências. Mas quando morre muita gente em situações como uma catástrofe natural, uma guerra, um acidente ou uma epidemia, passa tudo a ser estatística, tipo : No anterior conflito houve mais 3% de mortos, no último ano morreram menos 6% de pessoas em acidentes de viação, etc, etc. Para sermos pessoas temos que morrer sós e de morte natural, caso contrário somos simplesmente estatística, ou seja, passamos a ser Nada

TRADIÇÃO – Durante a minha infância, na minha casa, era habitual tratarmos um Porco para matar no Natal. O Porco era tratado com carinho, fazíamos festas na sua cabeça, coçamos o seu corpo com um pau ou uma escova (o que o fazia muito feliz), e até dávamos-lhe um nome. O bicho ia crescendo e engordando, quando chegava o Natal era morto. Uma morte agonizante, o Porco gritava de aflição, num ritual de crueldade difícil de descrever. Quase cinquenta anos depois, continua a matança do porco no Natal em nome da tradição. O que é que aprendemos nestes cinquenta anos? NADA!....

POUPANÇA – Quando alguém diz ao filho, frases tipo: Apaga a luz porque a electricidade está muito cara, no mês passado pagamos um balúrdio. Em vez de explicar que grande parte da electricidade é produzida por motores que consomem imenso combustível e fazem muita poluição, que quando apagamos uma lâmpada que está desnecessariamente ligada, estamos a contribuir para que haja menos poluição no mundo, fazendo ver os benefícios que dai advêm. Estamos ensinando errado, e ele está aprendendo Nada

EDUCAÇÃO – Uma das frases que mais me irrita é: “antigamente é que havia educação, as pessoas antigamente (no tempo da ditadura) tinham mais respeito. Agora (na democracia) não se respeita ninguém, nem policia nem professores nem os próprios pais”. Mentira, as pessoas antigamente não eram mais educadas tinham era medo. Se não se portassem bem, levavam pancada dos professores, da polícia dos pais e não se podiam queixar. Se as pessoas fossem educadas na ditadura, quando passou à democracia não deixavam de o ser. O que se passa neste país é que nunca se educou ninguém. As pessoas não podiam ter certos procedimentos porque iam presas, levavam pancada ou eram excluídas socialmente. Mas em termos de educação a educação do nosso povo vale Nada

PEDRAS - Quando o meu pai andava irritado dizia: “ hoje estou pegando com as pedras” e então desatava a desancar sobre tudo. Eu herdei isso dele e hoje estou “ pegando com as pedras” por isso tinha necessidade de deitar cá para fora algumas das coisas que mais me irritam. É claro que não escrevi nem metade do que me apetecia escrever, mas penso que como terapia o que escrevi já vai ajudar um pouco…. eheheh

Para terminar o inicio de um poema Álvaro de campos:
-Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dicionário Madeirense


" O regionalismo é um conjunto das particularidades linguísticas de uma determinada região geográfica decorrentes da cultura lá existente" Quando vi este dicionário madeirense lembrei-me logo de muitos termos que usava ou ouvia na minha infância. Acho que é uma parte da cultura que deve ser preservada. Para que os meus amigos do continente português não tenham dificuldade em perceber os madeirenses quando cá vêem, aqui vai o dicionário.

A

Abelhinha - Automóvel, taxi.
Abicar-se - Atirar-se.
Aboseirado - Sentado descontraídamente
Aduelas - Costelas; "Estepilha, levei um sopapo e quebrei as aduelas".
Adufa – Fossa "Cheiras que nem uma adufa"
Afiusas - Esperar ter sucesso a troco de outro. Assegurar
Agarra-te ás orelhas - Diz-se quando se tropeça e cai.
Agetivar - Amealhar.
Áh cão – Expressão de nojo.
Ajoujar - Sofrer o peso de qualquer carga ou ceder com o peso
Alivia - Atira, por ex. alivia a bola...
Altear - Utilizado para expressar o acto de elevar/subir o volume do rádio, tv (alteia a televisão)
Altear a Joeira - Masturbação masculina.
Aluado - cabeça no ar, maluco
Amanhar - Endireitar qualquer coisa. Também no sentido de se livrar de apuros - "Ele que se amanhe"
Andar de beiças - Estar amuado com alguém.
Andar ao cote (especialmente roupa) - usar regularmente nos dias da
Anona - fruto tropical abundante na Madeira, casca verde, interior branco e com pevides pretas
Á pata - Ir a pé.
Arcas - Costas
Arrelia – Incomodidade
Arriba dos pés - Dejectar.
Arrevalhar - Chuva miúda.
Atremar - Ver, compreender.
Atilho – Cordel Fino, Atacadores
Atupir - Enterrar
Aoua – Expressão de admiração
Apatinhar/Apatanhar - Expressão usada para descrever o acto de pisar o pé a alguém
Apilhar Apanhar "Jogar à apilhagem"
Apoitar - Ficar parado, morto (Derivado de lançar a pouta - tipo pequena âncora das embarcações)
Aquetar - Ficar quieto "Aqueta-te pequeno!"
Avezar - No sentido de repetir alguma acção até abusar.
Azougar – morrer
Azougue - Imen

B

Babádo - Tolo.
Bábeda - Pequena erupção da pele; baba
Babiar - Derrapar
Babuginha - água que fica perto da rebentação das ondas
Bafio - Mau hálito da bebida.
Bagas - Olhos.
Balaio – Cesto
Baldear - Cair
Banheira – Alguidar
Barbante - Fio; cordel; guita.
Batatas - Punhadas.
Batoque - Rolha.
Bêbra - Tipo de figo grande típico na Madeira.
Beiças - Lábios "Pintaste ei beiças?"
Beiçolas - Aquele que mostra tristeza.
Bibi - Galinha (infantil).
Bicha - Fila
Bicharada - Grupo numeroso de pessoas.
Bicho de pêssego - Diz-se de quem é irrequieto.
Bicho do buraco - Diz-se de quem é acanhado.
Bilhardar - falar dos outros, espreitar, ver, ter curiosidade na vida dos outros (vem de Bilharda – o pau que move as percianas na janela)
Bisalho – Pinto
Boseira - Indivíduo sem vontade para trabalhar. Excremento mole.
Brisa - refrigerantes variados...
Brocão - Soco bem forte
Broquilha - Sujeito novo, desajeitado, sem instrução
Brunir - fazer sons idênticos
Bucho Virado - Problemas de Intestinos
Burage - Comida a base de misturas normalmente para os porcos. Diz-se de comida mal feita.
Buzico - Nome que dão ás crianças ou crias de animais. Pequeno Lobo Marinho Mascote da Região

C


Caçoar - gozar ou fazer troça de alguém. "Tás a caçoar comigo?"
Cachimónia - Cérebro.
Cacul – Cheio a transbordar
Cacúlo - Monte de terra.
Cagança - Bazófia.
Cagar de Saco - Armar-se 'em pessoa importante', falar com convicção sobre algo que não percebe
Cagaço - Susto "Ai cão, tomei cá um cagaço..."
Camalhão - monte de terra usado nos poios...
Cambado – Coxo
Canalha - Conjunto de crianças
Cangalhas - Chifres; cornos.
Cara de cú à paisana - Serve para humilhar alguém.
Caralhinho - Pau para mexer a poncha
Carrolaço – "Tapona" no pescoço.
Carroulo - Parte de trás do pescoço.
Cá te viste - Afirmação negativa." Para receber ele é menino, mas para dar cá te viste"
Catre – cama
Catchú - Bola de Futebol
Charnota - Habitante de Machico
Chavelha - Habitante de Câmara de Lobos.
Chibarro - Marido enganado.
Chibo - Corno, contar algo que não devia ser dito...
Chiquemane - Bom, perfeito.
Chinesa – Café Meia de Leite
Chorrica - Diarreia.
Cisco - Lixo.
Colma - Vagina.
Consciência – Lamento, Tristeza "É uma consciência!": Que pena!
Coral – Cerveja
Cochiquinha – Muito Pouco. Um bocadinho
Cramar: Queixar-se "tás sempre a cramar"
Conduto - Petisco para acompanhar o prato principal.
Cubanos - Todos os habitantes do Continente, principalmente os alfacinhas!

D

Da fábrica se-me-dão - Coisa gratuita.
Dar aúga a pintos - Que não dá nada; pessoa muito forreta.
Dar Bêbras – Horas erradas "O teu relógio ta dar "bêbras""
Dar o canêlo - Morrer.
Dar no porco - Ter insucesso.
Dar no gôto - Causar inveja, engasgar-se
Dar o fuseco - Prostituir-se ou "dar o cú"...
Dar uma carreira - correr
De pata rapada - Descalço; Zé Ninguém.
Demitado - De propósito "Vim demitado aqui para falar consigo"
Dentinho - Petisco para tomar bebidas.
Diache: Diabo "Ah Diache..." Seu Diache..."
Dita - União natural de dois frutos.
Dose - Veneno.

E

Emantado - Triste; doente.
Embate - Brisa fresca que sopra do mar para terra.
Embalagem – Andar depressa (quase descontrolado). "passou por aqui embalado que mal o vi.
Embalamado - Gordo que mal pode andar
Embolajádo - Achatado, deformado
Em cima dos cornos - Em cima da cabeça.
Escamalhar - Fugir de alguém.
Emazarulhado – Enxovalhado
Enxerto de porrada - Grande sova
Escarafunchar - Remexer, esgravatar
Escramentar - Aprender a lição, não voltar a fazer algo que correu mal "Tás escramentado?"
Estepilha - Define exclamação. O mesmo que Caramba
Estepulha - criança traquina
Estepor - Peste, pessoa de má índole "Seu estepor!"
Esticar o pernil - Morrer (o diache da cabra tá quase a esticar o pernil"
Estrampalho - Estomago
Em cima do pente - No baixo ventre. Ex.: " A minha velha anda com uma dor em cima do pente, vou levá-la ao dôtor".
Estar pelas pelinhas - Ameaça de castigo ou desprezo.
Estiar – Parar de chover
Esvarar - Escorregar. "Tava arrevolhando, esvarei e pizei-me"

F

Falta de pau - Diz-se quando alguém tem comichão nas costas ou falta de homem.
Fazer o catatau - Molestar; fazer sofrer.
Fazer focinho - Mostrar que não lhe apetece.
Fazer ramelas - Provocar inveja.
Fazer sinagogas - Fazer trejeitos.
Feio cuma noite dos trovões - Pessoa muito feia, medonha.
Fincar na pança - Empanturrar-se de comida ou levar uma facada.
Fiusos – Fusíveis ou Dijuntores. Fios de Cobre Fino
Fome de rabo - Muita fome; miséria.
Forrado – Tempo nebuloso, nuvens da serra para o mar"
Frangolho - Papas de farinha grosseira de trigo, temperadas com banha de porco
Fraima – Susto, Ânsia, angústia "Não sei o que se passou, tou cá cuma fraima..."
Frigir - o mesmo que fritar
Furado – Túnel

G

Gadelha - Cabelo cumprido...
Gamesse – Pastilha elástica
Gardadeira - mulher típica de Câmara de Lobos (aquela que guarda a p... do marido e usa a dos outros) ...
Garoto - café com leite
Gavela - quantidade indeterminada
Gofe - Género de massa tipo de padeiro, feita de farinha de centeio torrada
Godilhões - Caroços "O milho hoje ficou cheio de godilhões"
Gosma - Pessoa que tem por hábito obter coisas por favor. "tas sempre na gosma"
Grado - cão.
Grêlo no ar - Diz-se de mulher libertina.
Grumitar - vomitar.
Guedelha – Cabelo
Guiador – Direcção do Automóvel (Volante)

H

Horário - Autocarro
Hora de tempo - O mesmo que dizer uma hora.

I

Ilha da minhoca - Cemitério
Incravar - Cravar.
Indagora - Frase de concordância, vá(ão) embora, à pouco tempo atrás
Inhame - tubérculo muito abundante nas ribeiras da Madeira e utilizado na culinária local.
Ir cascar batatas - Maneira de mandar alguém embora.

J

Joeira - Papagaio de papel.
Já fui e já vim - Fui lá e já voltei.
Jericar - Carregar fardos ao ombro
Juntar – Apanhar do chão.

L

Lagaceira - Água espalhada pelo chão.
Lá-lá - Dar um passeio às crianças.
Lagartixa - Lagarto Insular
Lambaça - Falar muito alto de forma irritada.
Lambeca – Gelados de Máquina
Lanço - Caudal secundário das levadas.
Lanzudo - Termo irónico que se aplica a alguém quando nos irrita ou pessoa com muito pêlo.
Lapinha - Trono ornamentado onde se coloca o Menino Jesus no Natal.
Lar - Lareira.
Larilhas – Homossexual
Lascar - Rasgar
Lenhos – Cortes na cara
Levada - canal de transporte de agua na serra
Levar o recado na cara - Criticar com aspereza.
Luzir - Indícios de maturação dos frutos.

M

Macacos - Letras mal feitas.
Macaqueira - Pequena doença.
Maçaroca - Espiga de Milho (Milhe)
Madorna - Sonolência.
Mais velho qu' o norte - Muito velho.
Mal ataganhado - Mal feito.
Mal injusto - O mesmo que dizer : injusto.
Malha – Tareia "Levou uma malha"
Malhão - Sova, malha grande
Mamada - Bebedeira
Manilha - Cano para condução de água.
Manta - O mesmo que "Poio" (O grado azougou e foi atupido na manta das tenerifas)
Manulhão - um galo na cabeça
Marca – Botão da Roupa
Mau cum' as cobras - Pessoa muito má.
Melancão - Indivíduo sem actividade, submisso.
Menino - Pessoa inteligente, esperta.
Menineiro - Aquele que parece que nunca envelhece.
Mercar – Comprar
Modilhos - Fazer trejeitos, caretas
Morgado - Nome que se dá a pessoa irreflectida, desobediente ou filho de uma relação fora do casamento.
Morrer com os pés amarelos - Morrer solteira.
Mouco - Surdo "Nã me ouviste, tás mouco ou quê?" ou "Conversas Loucas Orelhas Moucas"

N

Nada no mundo - Coisa nenhuma.
Nan dar amor de si - Estado comatoso.
Nan fósses - Não mexas.
Nan s' andamos na escola juntos - Repreensão que se faz a alguém que não se conhece e nos trata por tu.
Não é filha de minha mãe - O mesmo que dizer: "Não sou eu".
Nausear - Vomitar.
Nem todos ui dias é dia de festa - O mesmo que: "Nem sempre se faz isso".
Nikita - Bebida tipicamente madeirense com cerveja, ananás, gelado, etc
No cabo - No fim. Ex.: "Ele táva para ir, mai no cabo o patrão não deixou".
No sintido - Na memória.
Nunca nan vi - O mesmo que: "Nunca vi coisa assim".

O

Obra - Excremento humano.
O dinheiro é meu moço - O mesmo que " Com dinheiro compro o que quero".
Oh mãe! - expressão de surpresa, susto.
Olho de boi - Lanterna a pilhas.
O que vier morre - O mesmo que: " O que me derem serve".
Ouro e fio - Nem mais nem menos, com referência ao peso certo.
O relógio da Sé é que repete - Diz-se quando não estamos dispostos a repetir o que se disse

P

Paciência de corno - Diz-se quando se tem paciência para aturar alguém que nos chateia constantemente.
Padaria - Cú de uma mulher boa ou de alguém que queremos chatear.
Pancume - Pancadaria.
Palheiros – Galinácios de raça pequena
Palhete - A fósforo
Pampilhões - Socos "Se não tás calado levas uns pampilhões!"
Papelotes - Madeixas enroladas de cabelo.
Paral - Pau roliço que se mete debaixo dos barcos para auxiliar o seu deslizamento.
Pastilhas - Comprimidos
Pataca - Moeda de um escudo; moeda pequena sem valor, Cêntimos de euro
Pao de lume - Fósforos.
Pau de conto - Vara comprida com um cone de ferro na extremidade inferior servindo como vara de salto para transpor as deficiências do terreno onde apascenta o gado.
Peneirento - Vaidoso
Penca - Nariz
Pepinela - Xu-Xu, para os "cubanos"...
Pegar - O mesmo que "peguilhar"
Peguilhar - Expressão utilizada para descrever o acto de estar a irritar, picar ou "pegar" com alguém
Pevides - caroços dos frutos...
Pineco - Pinto, o mesmo que 'bisalho'. Diz-se de rapaz pouco corpolento em tom de desdém
Pizar - magoar, ferir "Ele caiu e está pizado"
Poio – socalco de terreno sustido por pedras de basalto muito comum na agricultura madeirense
Poncha - Outra bebida tipicamente madeirense com aguardente de cana-de-açúcar, sumo de limão e mel de abelha
Porradal - Grande sova, grande quantidade de algo "Um porradal de garrafas vazias no caixote"
Prisão - Mola de Cabelo (Tranca = Mola de Roupa)
Profeta - Porto Santense


Q

Quéto - Quieto.

R

Rabichól - Cú.
Rabiçar - Vomitar.
Rabo da lancha - Lugar no fundo, para trás.
Raça atravessada - Atribui-se a pessoa de má índole.
Rebendita - Fazer algo com maldade.
Refresco - qualquer bebida para refrescar a garganta.
Reina - Zanga.
Renheta - Indivíduo de nunca está satisfeito.
Respingo – Salpico "Respingaste-me toda ca agua da rega"
Rezonda - Repreensão em caso de discordância.
Rijeiras - Suspensórios.
Roeza - Fome.

S

Saloba - Diz-se quando a água não está boa para beber.
Saltar a lage – Cometer Adultério.
Sassinar - Assinar.
Sarimba - Caruma de pinheiro para fazer a cama ao gado nos currais
Se cair nan passa do chão - Diz-se quando cai alguma coisa ao chão.
Semálha - Galeria onde se colocam os cortinados.
Semilha (falado) – tubérculo, batata
Shongaria - Termo que se aplica a pessoa de baixa categoria.
Sofrer da mola - Sofrer de desarranjo mental.
Sopapo - Cair.
Soquete - Repuxão.
Stefan - Roda sobresselente de um automóvel.

T

Tabaibo - Fruto de uma espécie de cacto muito apreciado no Verão.
Tapona - Chapada na cara.
Tarimbeiro - Espertalhão que não se deixa enganar.
Tarraço - Algo muito implantado "Aquele gajo é um bêbedo tarraço"
Tempo do rei quinze - Tempo antigo.
Tenda - Oficina de sapateiro.
Tentear – Poupar
Tenerifa – Abóbara Madeirense / Tipo de Alface
Ter o diabo no coiro - Diz-se de pessoa que faz tropelias.
Titiço - Pescoço.
Tocar um toque - Tocar uma peça de música.
Topetada - Dar com o pé acidentalmente em alguma coisa
Tosse de cachorro - Tosse rouca.
Traineira - barco dos pescadores
Trambolhar - Cair.
Trancas - Molas de roupa
Tratuário - Passeio de calçada
Trompicar – Cambalear, Enganar, Dar-se mal "Se continuas na tua teima, vai-te trompicar comigo"
Tropezia - Fraqueza nos membros

U

Um pau pelo olho dentro - Diz-se quando se verifica uma coisa rara, surpresa.

V

Vaca - Mulher corpulenta.
Vaginha - feijão verde
Vento na poupa - Andar apressadamente.
Ver um mosquito nas desertas - Diz-se de pessoa que tem boa vista.
Verga - Grande bebedeira "Tou cá cuma verga"
Viração – Corrente de Ar

X

Xixarro - Carapau
Xou - Termo usado para enxotar.



Z

Zangalha - Peixe gata.
Zangalheiro - Pouco firme.
Zarolho - Vesgo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Férias em Palma de Maiorca ( 15 dias mágnificos)

























Embora o meu desejo fosse fazer férias no sul da Croácia, acabei por ir bater novamente a Palma de Maiorca, e digo novamente porque já é a quarta vez. Desta vez resolvi partilhar através do blogue, algumas das maravilhas desta ilha. Não tenho dúvidas em afirmar que este é um dos chamados destinos turísticos paradisíacos, pois além das imensas praias, algumas delas fabulosas, esta ilha tem um enorme legado histórico, onde podemos contemplar entre algumas Aldeias pitorescas, uma enorme quantidade de monumentos, desde o estilo gótico, muçulmano e mesmo barroco. Locais como Valldemossa, Alcúdia, a famosa Catedral de Palma (século Xlll), são entre muitos outros locais e Monumentos, lugares fascinantes.
As famosas noites de Magaluf e Palmanova, onde a loucura (diversão) não tem limites, com bares para todos os gostos, ruas apinhadas de gente numa busca frenética de novas sensações, fazendo da noite dia, são também locais únicos.
Na minha primeira visita a Palma de Maiorca, fui passar um dia à praia de Formentor e fiquei com a sensação que era impossível encontrar uma praia melhor que aquela. O mar parecia um lago, a água era quente a paisagem deslumbrante, até lembro-me de ter dito: ”se existe o paraíso, é aqui”.
Desta vez e quando pensava que já conhecia todas as praias de Palma de Maiorca, indicaram-me duas que eu não conhecia e que passaram a ser as melhores praias onde alguma vez estive. O nome das Praias é: Es Trenc e Ses Covetes. A areia é branca a água limpa, clara e quente, é um dos lugares mais belos onde se pode estar, a única palavra que tenho para definir este local é:“ simplesmente belo”
A cidade de Palma também é muito bonita. Tem uma marina com quase 3 Km, que está sempre cheia com alguns dos melhores Iates da Mundo. Tem muitos lugares para fazer compras e uma oferta de diversões muito diversificada. Não me vou alongar mais e deixo a sugestão, façam férias em Palma de Maiorca, pois vale a pena. (coloquei umas fotos da minha praia preferida)





terça-feira, 17 de agosto de 2010

O meu livro das Férias



Nestas férias tive o prazer de ler mais um livro de José Rodrigues dos Santos e fiquei fascinado. Depois de ter lido a Fúria divina e a Filha do Capitão, dois maravilhosos livros deste escritor,aproveitei as férias para ler o Codex 632. O livro está muito bem escrito, e para quem como eu é um viciado em romances históricos, este livro não poderia ter sido melhor. Embora para mim não haja dúvidas que Colombo era português e que os portugueses já tinham conhecimento da existência da América muito antes de Colombo la ter ido, aconselho a quem tenha dúvidas ler este livro.Mas também para quem não liga nada a estes pormenores, aconselho a ler o livro pois como romance é fantástico.
De seguida um resumo que retirei do site http//: pt. shvoong.com

Tomás Noronha é um historiador perito em criptologia e é contratado por uma fundação americana (American History Foundation) para reconstituir as investigações de um outro historiador, também português, entretanto falecido. Apesar das complicadas pistas deixadas remeterem inicialmente para a descoberta do Brasil, a American History Foundation parece demonstrar um interesse camuflado em Cristóvão Colombo. A intriga desenvolve-se a partir da estranha mensagem deixada pelo historiador falecido: MOLOC NINUNDIA OMASTOS.
O romance de José Rodrigues dos Santos rebusca pois as misteriosas origens de Cristóvão Colombo. Para isso percorre a história dos descobrimentos, passando por uma série de monumentos e lugares plenos de significado. Ao longo de 550 páginas, o autor transporta-nos numa viagem à descoberta dos mistérios que rodearam a vida de “Colombo”, numa aventura plena de enigmas e que decorre em locais diversos: Lisboa, Nova Iorque, Rio de Janeiro, Génova, Sevilha, Sintra, Jerusálem, Tomar, Londres. Para além da história maior, coexistem outras pequenas narrativas paralelas, tais como o romance de Tomás com Lena, uma inteligente e esbelta aluna sueca; a ruptura do mesmo com Constança, sua esposa; ou ainda a filha Margarida, com 9 anos e possuidora de Trissomia 21.
Habilmente escrito, o romance é em grande parte a reposição das teorias do historiador Mascarenhas Barreto («The Portuguese Columbus: Secret Agent of King John II», 1992) e do médico Manual Luciano da Silva, («Columbus wasn´t Columbus»,1989). É que, embora a história oficial afirme que o descobridor da América provinha duma humilde família de tecelões de Génova, existem outras possibilidades que têm vindo a ser levantadas e que colidem com esta tese, defendendo, como o faz este livro, que a nacionalidade do navegador seria portuguesa. «O Codex 632» é mais um romance histórico, mas também uma obra que pretende ficcionar em torno da verdadeira missão de “Colombo”, porventura um dos segredos mais bem guardados da epopeia dos Descobrimentos portugueses.