sexta-feira, 20 de março de 2020

A Pedra



Existem pedras históricas como a pedra com que David matou Golias, pedras da banda desenhada como o Menir que Obelix transportava, pedras reprodutoras como a pedra parideira, pedras de ensino como a pedra de ardósia em que aprendi a escrever as primeiras letras, pedras da literatura como a de Saint Exupéry: “a pedra não tem outro objetivo que não seja ser pedra. Mas, ao colaborar, ela congrega-se e torna-se templo”. Existem um sem número de pedras cada uma com a sua história. Mas há uma pedra especial a mais importante de todas, a Pedra Filosofal. Os alquimistas da idade média sonhavam com a Panaceia e a descoberta da Pedra Filosofal, que segundo a alquimia permitiria transformar vis metais em ouro. A partir do século XVI, os alquimistas aparentemente deixaram de querer transformar metais vulgares em ouro e dedicaram-se à fabricação de medicamentos, fazendo uma ligação entre a química e a medicina, mas o sonho ficou. António Gedeão começa o seu extenso poema “A Pedra Filosofal” dizendo que: “O sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer” e acaba o poema com: “Sempre que o homem sonha o mundo pula e avança como uma bola colorida nas mãos de uma criança”. Para o poeta a Pedra Filosofal é o sonho que fez o homem avançar, o tal sonho que levou o homem para a aventura marítima e para a aventura no espaço que culminou no desembarque na superfície lunar. A Pedra Filosofal é uma energia transformadora com capacidade de transformar o Mundo. A sua função não é transformar o reles metal em ouro, isso foi um equívoco, mas sim, transformar o reles humano em bom humano, o ódio em amor, o caos em harmonia. A Pedra filosofal foi a energia que transformou a Idade média (idade das trevas) no renascimento com o seu humanismo e posteriormente com o iluminismo, dando início aos avanços culturais, sociais e tecnológicos que usufruímos nos dias de hoje. A Pedra Filosofal é o que Jesus explicou a Nicodemos, para atingirmos a perfeição “é necessário nascermos de novo”. A época do Renascimento foi um nascer de novo para a humanidade, uma nova forma de sentir e agir no mundo. Essa etapa está concluída, já cumpriu a sua missão. A Pedra Filosofal existe (estejamos atentos aos sinais) e a humanidade vai voltar a nascer de novo, vem aí uma nova era. Surgirá um novo caminho, um novo ciclo de consciência, a compreensão de que somos fundamentalmente energia, mudaremos a nossa base energética e aprenderemos a utilizar a nossa energia de uma forma altruísta. Aproxima-se a era da harmonia. Harmonia ecológica, harmonia entre todos os seres, harmonia entre corpo, mente e espirito.Uma das definições de pedra filosofal é:“Coisa muito desejada, mas impossível de atingir”. Podemos dizer o mesmo da utopia, mas E. Galeano explica “A utopia está lá no horizonte…. Por mais que caminhe nunca a alcançarei. Para que serve a utopia? serve para isso mesmo, para que eu não deixe de caminhar”. Para mim, a Pedra Filosofal também serve para que nunca deixe de sonhar.