Existem pedras históricas como a pedra com
que David matou Golias, pedras da banda desenhada como o Menir que Obelix
transportava, pedras reprodutoras como a pedra parideira, pedras de ensino como
a pedra de ardósia em que aprendi a escrever as primeiras letras, pedras da
literatura como a de Saint Exupéry: “a
pedra não tem outro objetivo que não seja ser pedra. Mas, ao colaborar, ela
congrega-se e torna-se templo”. Existem
um sem número de pedras cada uma com a sua história. Mas há uma pedra especial
a mais importante de todas, a Pedra Filosofal. Os alquimistas da idade média sonhavam
com a Panaceia e a descoberta da Pedra Filosofal, que segundo a alquimia permitiria
transformar vis metais em ouro. A partir do século XVI, os alquimistas
aparentemente deixaram de querer transformar metais vulgares em ouro e
dedicaram-se à fabricação de medicamentos, fazendo uma ligação entre a química
e a medicina, mas o sonho ficou. António Gedeão começa o seu extenso poema “A
Pedra Filosofal” dizendo que: “O
sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer” e acaba o poema com: “Sempre que o homem sonha o mundo pula e
avança como uma bola colorida nas mãos de uma criança”. Para o poeta a Pedra Filosofal é o sonho que
fez o homem avançar, o tal sonho que levou o homem para a aventura marítima e
para a aventura no espaço que culminou no desembarque na superfície lunar. A Pedra
Filosofal é uma energia transformadora com capacidade de transformar o Mundo. A
sua função não é transformar o reles metal em ouro, isso foi um equívoco, mas
sim, transformar o reles humano em bom humano, o ódio em amor, o caos em
harmonia. A Pedra filosofal foi a energia que transformou a Idade média (idade
das trevas) no renascimento com o seu humanismo e posteriormente com o
iluminismo, dando início aos avanços culturais, sociais e tecnológicos que usufruímos
nos dias de hoje. A Pedra Filosofal é o que Jesus explicou a Nicodemos, para
atingirmos a perfeição “é necessário
nascermos de novo”. A época do
Renascimento foi um nascer de novo para a humanidade, uma nova forma de sentir e
agir no mundo. Essa etapa está concluída, já cumpriu a sua missão. A Pedra Filosofal
existe (estejamos atentos aos sinais) e a humanidade vai voltar a nascer de
novo, vem aí uma nova era. Surgirá um novo caminho, um novo ciclo de
consciência, a compreensão de que somos fundamentalmente energia, mudaremos a
nossa base energética e aprenderemos a utilizar a nossa energia de uma forma
altruísta. Aproxima-se a era da harmonia. Harmonia ecológica, harmonia entre
todos os seres, harmonia entre corpo, mente e espirito.Uma das definições de
pedra filosofal é:“Coisa muito
desejada, mas impossível de atingir”. Podemos dizer o mesmo da utopia, mas E. Galeano explica “A utopia está lá no horizonte…. Por mais
que caminhe nunca a alcançarei. Para que serve a utopia? serve para isso mesmo,
para que eu não deixe de caminhar”. Para
mim, a Pedra Filosofal também serve para que nunca deixe de sonhar.
sexta-feira, 20 de março de 2020
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