segunda-feira, 20 de junho de 2022

O 7º Princípio Hermético - Género

O Princípio do Género é sétimo e último grande Princípio do Hermetismo. O seu axioma diz o seguinte:” O Género está em tudo; tudo tem o Princípio Masculino e Feminino; o Género manifesta-se em todos os planos”. Vou dissertar um pouco sobre o Princípio do Género, baseando-me fundamentalmente no livro “O Caibalion, Três Iniciados” e nos vídeos da professora Helena Galvão da escola de filosofia Nova Acrópole. O Princípio do género é derivado do Princípio da Polaridade, os Géneros são dois opostos em que a falta de um evidencia o outro. A função deste Princípio é criar, produzir e gerar. As suas manifestações são visíveis em todos os planos e fenómenos. Nenhuma criação, seja física, mental ou espiritual, é possível sem a participação deste Princípio. Nada pode ser criado sem a aliança entre elementos Femininos e Masculinos. Todas as coisas e todas as pessoas contêm em si estes dois elementos. Todas as coisas Masculinas têm igualmente o elemento Feminino; todas as coisas Femininas têm o Elemento Masculino. É importante realçar que este Princípio é muitas vezes utilizado de forma deturpada para justificações de práticas perniciosas e degradantes de índole sexual, o que contraria completamente a filosofia Hermética. Embora o Género se apresente no plano físico através do sexo Masculino e Feminino, o seu alcance é muito mais do que isso. O Género Feminino é a energia Yin que está contida em tudo o que existe. No planeta é caracterizado pelo lado oriental e no humano está ligado à fertilidade, recetividade, conceção de ideias, criatividade e intuição. O Género Masculino é a energia Yang, também está contida em tudo o que existe. No planeta representa o lado ocidental e no humano expressa-se pela lógica, poder racional, força motriz e instinto de proteção. Neste pequeno trecho apenas vou abordar o Principio do Género na parte mental onde constatamos que na nossa mente existe o Género Masculino e o Género Feminino e que se queremos criar algo que possamos chamar de nosso, temos de obrigatoriamente utilizar os dois Géneros na sua elaboração. Então vejamos, na nossa mente o Princípio Feminino é quem gera novos pensamentos, conceitos e ideias, incluindo a obra da imaginação. O Princípio Masculino simplesmente vai potenciar esse trabalho nas suas várias fases. Contudo, sem a ajuda ativa da vontade do Princípio Masculino, o Princípio Feminino corre o risco de gerar apenas imagens mentais resultantes de impressões recebidas de fora, em vez de produzir criações mentais originais. É muito difícil sabermos se uma ideia que temos é originalmente nossa ou uma criação proveniente da projeção das massas ou de alguém que subtilmente a colocou na nossa mente. Dando o exemplo da ave conhecida como cuco, esta ave tem por hábito ir ao ninho de outras aves retirar os ovos desses pássaros e colocar lá os seus para sejam esses pássaros a chocar os seus ovos. Assim, os outros pássaros chocam os ovos do cuco e tratam os filhotes pensando que são seus. Fazendo uma analogia com os ovos do cuco, é o que pode acontecer com a criação de ideias na mente humana. Uma ideia surge na nossa mente e nós começamos a trabalhá-la, alimentá-la, desenvolvendo-a e tal como o pássaro que criou os filhos do cuco e pensa que são seus, nós também pensamos que essa ideia é nossa, mas pode não ser. Quando alguém nos diz: Cuidado que essa pessoa é um mau caráter. A tendência é ficarmos logo com a ideia de que a pessoa referida não é de confiança. Se não analisarmos por nós mesmos o comportamento da pessoa em questão, vamos pensar que a opinião que temos sobre essa pessoa é nossa e provavelmente até à vamos divulgar. Este, é um pequeno exemplo do quanto pode ser desagradável não criarmos ideias próprias. Que a nossa mente não seja um ninho para alimentar as ideias dos outros, mas um útero para fecundarmos as nossas reflexões e gerar ideias próprias. Mas não esquecer que para conceber uma ideia original será sempre necessário recorrer ao Princípio do Género mental, Masculino e Feminino.