O Hermetismo, é uma doutrina
filosófica e isotérica e tem por base sete princípios, que quando bem
interpretados podem mudar o sentido da nossa vida. O seu primeiro Princípio é o
Mentalismo, que diz:” O Todo é Mente o Universo é Mental”. Ou seja, tudo ocorre no plano mental, e só
depois no plano físico. Este princípio, defende que tudo existe dentro de uma
grande Mente que é o Todo. Por detrás de tudo o que existe há sempre um
pensamento criador. Todos os objetos materiais que conhecemos, antes de
existirem foram pensados. O Mundo que vivemos é a concretização de pensamentos,
uma simples folha de papel, um lápis, um carro, seja o que for, não existe sem
ter passado primeiro por um pensamento. A ciência descobriu que existem umas
partículas indivisíveis a que deu o nome de fundamentais ou elementares, que
são tipo uns “tijolos” que constroem tudo o que há no Universo, as estrelas,
planetas, células, átomos, a própria luz e nós mesmos, tudo é construído a partir
destas partículas. Ou seja, nós somos formados com a mesma base de matéria de
tudo o que existe no universo. A formação do ser humano, visto de forma muito
simplicista, podemos dizer que essas partículas elementares formam átomos, que
por sua vez formam moléculas, e essas moléculas formam os tecidos e os órgãos
que constroem aquilo que somos. Mas, aqui acaba a ciência de tudo o que é físico,
visível e mensurável nos laboratórios, e entramos na área do misticismo. Eu, recuso-me
a ser simplesmente um aglomerado de átomos e moléculas, com um único propósito
que é o da sobrevivência e perpetuação da espécie, ou citando F. Pessoa, simplesmente
“um cadáver adiado que procria”. Creio que somos seres espirituais,
habitando um mundo físico, fazendo parte de um plano superior. O que ensina o
Mentalismo? Ensina que a matéria está submissa à mente e não a mente à matéria.
A nossa vida, a nossa realidade, é puro pensamento, o que nós concretizamos na
nossa vida é proveniente dos pensamentos que conseguimos realizar. Somos o que
pensamos, o que somos surge com os nossos pensamentos e com os nossos
pensamentos fazemos o nosso Mundo. Até o facto de amamos alguém, o que amamos é
o pensamento que fazemos da pessoa, pois se deixarmos de gostar dessa pessoa e
até a odiarmos, a pessoa continua a ser a mesma, o que mudou foi o pensamento
que fazíamos dela. Platão na Teoria das Ideias diz: “Para que exista algo
manifesto na realidade, algo físico, é preciso que primeiro tenha sido planeado
(…)”. Nós somos o resultado de uma energia criadora e informação atuando no plano
físico. O princípio do Mentalismo, diz-nos que tudo se inicia na mente,
ensina-nos a importância de criarmos um ambiente mental positivo. William James
o pai da psicologia moderna tinha uma frase que dizia: “Um passarinho não
canta porque está feliz, ele está feliz porque canta” Marco Aurélio um dos
maiores do Estoicismo, disse: “As coisas que pensamos determinam a qualidade
da nossa mente, a nossa alma assume a cor dos nossos pensamentos”. F. Pessoa escreveu “Deus quer, o homem
sonha, a obra nasce” .É claro que pensamentos negativos brotam instintivamente
na nossa mente, mas se imaginarmos a nossa mente como um jardim e os
pensamentos negativos como as ervas daninhas, temos de fazer o que fazemos no
jardim, arrancar as ervas daninhas antes que sufoquem as flores que tanto
gostamos Ao acordar criarmos uma predisposição positiva, dizermos: hoje vou
cumprir com os meus objetivos, hoje vou me sentir feliz, não quer dizer que por
pensarmos assim que tudo vai correr bem,
por essa razão, também é importante estarmos preparados mentalmente para
ultrapassar uma qualquer vicissitude que possa aparecer e criarmos uma mente resiliente
. O Mentalismo ensina que todos fazemos parte da mesma Mente Criadora e somos
uma consciência se experienciando na busca de um desenvolvimento espiritual.
Tudo é frequência, energia e vibração, somos seres espirituais habitando um
mundo físico. A nossa forma de pensar influi positiva ou negativamente a nossa
saúde, a forma como vivemos, a relação com as outras pessoas, com a natureza e
com os outros seres sencientes.
Adriano Gonçalves