
A selecção Nacional de Atletismo ANDDI- Portugal, participou no 5º Campeonato da Europa de Atletismo INAS – FID, realizado em Varazdin na Croácia. Os resultados desportivos superaram as expectativas.
Além dos diversos títulos individuais, colectivamente Portugal foi campeão da Europa no sector masculino e vice – campeão no sector feminino.
Mais uma vez tive o privilégio de integrar a equipa técnica que acompanhou a nossa selecção. Um Grupo maravilhoso de pessoas que só se encontram esporadicamente, mas que rapidamente criam empatias e reúnem sinergias que permitem os nossos atletas concretizarem os desideratos propostos. Os atletas geriram da melhor forma possível as suas limitações e foram exemplares no seu comportamento.
Como o desporto adaptado não tem grande visibilidade nos órgãos de comunicação social, e tendo em conta a importância da sua divulgação, a mesma deve ser efectuada por todos aqueles que de alguma forma estejam ligados ao sector. Por esta razão vou utilizar o meu humilde blogue para tecer umas breves considerações sobre esta temática.
Começo por citar ( Winnick 1997) numa definição de desporto adaptado “ Experiências desportivas modificadas ou especialmente designadas para suprir as necessidades especiais de indivíduos. O âmbito do desporto adaptado inclui a integração de pessoas portadoras de deficiências com pessoas normais, e lugares nos quais que se incluem apenas pessoas com condições de deficiência”
Com o objectivo de demonstrar a importância desta actividade faço também referência à Constituição Portuguesa, que consagra o direito à cultura física e ao desporto para todos. Este aspecto é reforçado por um artigo da lei de Bases do Desporto que coloca o desporto como factor indispensável na formação da pessoa e no desenvolvimento da sociedade, fazendo também referência ao valor da prática desportiva para os cidadãos portadores de deficiência, tanto no desporto de recreação, como na prática do desporto de alta competição.
O problema é que a constituição, estatutos de Associações, Federações e definições de grandes pensadores nunca colocarão um único indivíduo com deficiência a praticar desporto ou uma outra actividade qualquer. Para que isso aconteça, é necessária a intervenção Humana na prática, fundamentalmente por indivíduos altruístas (no verdadeiro sentido da palavra), que de uma forma abnegada se dediquem à causa.
Fico feliz por Portugal continuar a ser um exemplo no desporto Adaptado, fundamentalmente na área da deficiência mental/ incapacidade intelectual, onde os resultados desportivos têm atingido a excelência. Os atletas portugueses através dos seus êxitos estão a desbravar um caminho onde ainda existem muitos obstáculos, que penso, só poderem ser removidos através de momentos de felicidade como aqueles que vivemos neste campeonato. E eu digo isto, porque sei que a felicidade é contagiante.
Parabéns à ANDDI- Portugal, e a todos aqueles que de alguma forma deram o seu contributo para mais este êxito desportivo. Mas não posso deixar de fazer uma referência especial ao Seleccionador Nacional Costa Pereira o grande dinamizador e ao Atleta Lenine Cunha que pela forma como exprimirem os seus sentimentos, dentro e fora das pistas, são um autêntico espectáculo dentro de um espectáculo.
E como disse na reunião de encerramento “ estes campeonatos sem a presença destas duas personagens, nunca serão a mesma coisa “
Um Pensamento:
” O desporto tem o mérito de dar visibilidade às visibilidades dos indivíduos, e não às suas dificuldades, pois ninguém pratica uma actividade desportiva e recreativa em que não tenha oportunidade de colocar em evidência as suas capacidades”
Aqui vai um link fornecido pela fisioterapeuta Maria João com uma sessão fotografica do atleta Lenine Cunha ( fotos tiradas no 5º Campeonato da Europa na Croácia)
http://www.youtube.com/watch?v=tRvh2M1vU7c