quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Das rugas aos implantes





Para comemorar os 100 anos de república, o Diário de Noticias de Lisboa tem vindo a publicar diariamente de Segunda a Sexta-feira fascículos de uma colecção intitulada” As Estórias nunca contadas pela História”
Esta colecção consta de “conteúdos inéditos extraídos dos arquivos dos dois jornais mais antigos de Portugal continental, o Diário de Noticias e o Jornal de Noticias” As fotos, as notícias e os artigos publicados, proporcionam uma visão mais aprofundada da forma como se vivia e pensava nas respectivas épocas. No fascículo publicado ontem vi uma notícia que achei interessante, razão pela qual à vou publicar no blogue.

Notícia com o título “ SOFRER PARA SER BELA” publicada a 4 de Junho de 1939 ou seja à 71 anos:
“ A ruga ou o bisturi – trágico dilema das mulheres que não se resignam a envelhecer. Para senhoras que não crêem que a graça do seu sorriso, a doçura do seu carácter e o natural das suas falas encantam mais do que a reparação das suas desgraças físicas.
Conta o Dr. Galand que, de cem mulheres que vêm implorar-lhe o socorro do bisturi para destruir as ruga que invariavelmente elas julgam prematuras, trinta apenas têm paciência, ou a constância, ou a coragem de levar o tratamento até ao fim (…) O homem não olha para o espectáculo do presente, conservou os olhos do passado. Uma mulher aterra-se contemplando ao espelho as suas rugas. O marido que a ama conserva no coração a imagem do que ela era na flor da sua juventude e no apogeu do seu poder de sedução”

Será que 71 anos após a sua publicação este artigo ainda se mantém actualizado?
O jornalista começa o artigo com o que ele chama de ” trágico dilema das mulheres” e que eu digo; e actualmente também dos homens eheheh. Efectivamente a maior parte das pessoas não se resignam a envelhecer, e até penso que actualmente esse sentimento é mais acentuado. Hoje as pessoas querem manter uma boa imagem não só para se sentirem atraídas sexualmente mas também por muitos outros factores. Estudos indicam que 55% da primeira impressão que as pessoas têm de outras pessoas é baseada na sua aparência e acções, 38% no tom de voz e só 7% no que a pessoa diz, demonstrando assim que somos criaturas visuais. Os estudiosos também dizem que não são precisos mais de 30 segundos para formarmos um pré conceito. Talvez por isso existe a frase “ a primeira impressão é que conta”. Actualmente já não se recorre só à eliminação de rugas, são também, retirar sinais, corrigir o nariz, os tão em voga implantes mamários, aumentar o pénis, além de um grande numero de outras cirurgias cujo objectivo é tornar-se mais belo(a) e aumentar a auto-estima. Na continuação do seu excelente texto o jornalista escreve: “o homem não olha para o espectáculo do presente” e termina escrevendo: “conserva no coração a imagem do que ela era na flor da sua juventude e no apogeu do seu poder de sedução”. São sem dúvida palavras bonitas e cheias de conteúdo. Este artigo com uma ligeira adaptação à evolução tecnológica, especialmente à terminologia teria todo o sentido se fosse escrito actualmente, e se for escrito daqui a 100 anos, provavelmente terá a mesma pertinência. As palavras de incentivo à valorização do ser humano como pessoa de bem, culta, educada, inteligente e humilde, foram, são e serão sempre bem-vindas.
Ps. Embora identificando-me mais com o carácter de uma pessoa do que com a sua beleza física é natural que esta não me deixa indiferente. Não sendo apologista da frase: “ a tua mulher fez 40 anos? Troca por duas de 20”eheheh, acho que devemos fazer o possível para mantermo-nos jovens, sobretudo na nossa forma de pensar, e nunca devemos deixar morrer a criança que existe em nós. O facto de sentimo-nos amados pelo nosso parceiro(a) não nos dá o direito de sermos desleixados, pois e embora não perceba lá muito do assunto, eu acho que até o amor tem limites….

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Juntos pelo Planeta


















Os problemas ambientais já não passam despercebidos. Os mais variados meios de comunicação social, as escolas, associações ambientais, autarquias,entre outros, têm tentado sensibilizar as pessoas para esta temática. Uma prova disso é a foto em cima à esquerda que mostra o meu filho mais novo na sua escola primária. É uma escola pública já com muitos anos, onde foi aproveitada uma das paredes para fazer um magnífico desenho que incentiva todos a estarem juntos numa luta por um bem que é comum. Este artigo vem a propósito de ter lido o livro “ Sétimo Selo” de José Rodrigues dos Santos. Um excelente livro em que o autor recorrendo a dados científicos recentes aborda o grave problema do aquecimento global e os grandes interesses que se movem no negócio do petróleo.
Sinceramente fiquei apreensivo (para não dizer assustado) com a brevidade que se prevê os efeitos nefastos provocados pelo aquecimento global, assim como o impacto que terá a falta dos combustíveis fosseis que segundo o autor prevê-se o seu esgotamento até 2050. Sabendo que tudo isto se irá passar ainda na minha geração, nem sei o que dizer!
É um livro que deveria ser aconselhado aos alunos pelos professores, pois é uma forma de divulgar os problemas ambientais. Neste romance também é abordado o tema da velhice e a colocação do progenitor num lar. Eu que há poucos anos passei pela situação de colocar o meu pai num lar, achei a descrição muito real. Até parece que o José Rodrigues dos Santos ouviu as minhas conversas com o meu pai e as suas respostas. Por tudo isto e por muito mais, façam o favor leiam este livro, pois vale a pena.