domingo, 31 de março de 2013

Incongruências do ser 1 ( o certo e o errado)



“ Se Deus olhasse diretamente nos olhos e dissesse: ordeno-te que sejas feliz neste mundo, enquanto viveres ” que farias? in Richard  Bach. O livro do messias

  Eu sou feliz pelos padrões de felicidade instituídos e pela educação que me deram. Nunca tive que fazer uma reflexão,  pensar o que era a felicidade, as pessoas e os livros que me rodearam já se tinham ocupado disso.

 Mas tenho a certeza que se a minha mente estivesse liberta o que eu faria para ser feliz seria muito diferente. A minha mente ainda transporta muito lixo, a maior parte dele transmitido através das religiões com os seus mitos e dogmas. Alguns deles são inofensivos, mas outros são responsáveis por um grande sofrimento imposto à humanidade. Falar sobre o pecado, o mau e bom carma, o purgatório, o inferno, o céu, a reencarnação, a Ressureição especialmente a crianças transforma a sua forma de pensar e agir. As frases tipo: “ é mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus” que nos faz até ter pena dos ricos e aceitarmos a exploração por parte de alguns, porque depois da morte vão sofrer tanto, também não ajudam nada. Todos os preconceitos sociais sobre o certo e o errado, o que fica bem e o que fica mal, são um grande entrave ao desenvolvimento pessoal. Estes fatores, impedem-nos de ter um conceito livre de felicidade. Quantas vezes já ouvimos a frase” tenho tudo  para ser feliz, e não sei porque não sou”, Isto acontece porque os padrões de felicidade com que essa pessoa se rege foram-lhe colocados na cabeça por outras pessoas, por livros, mas não por ela mesmo. Esta é a razão por que muitas vezes dizemos que somos felizes, mas temos a sensação que falta qualquer coisa.

 O certo e o errado não podem depender de um livro, ou de alguém que tenta impor a sua filosofia. Estes conceitos devem depender dos ensinamentos provenientes da própria experiencia de vida. O certo e o errado são conceitos muito pessoais. Mas como é que podemos descobrir o nosso certo e errado? Duvidando, o duvidar é a melhor forma de libertamos a nossa mente das amarras a que está presa.

 É uma incongruência esta humanidade que desde os primórdios tenta conquistar a felicidade  estar limitada por tantos fatores. O facto de termos já interiorizado um conceito de felicidade que não é nosso e pensarmos que somos felizes cumprindo determinados objetivos é uma felicidade muito subjetiva. Ter saúde, trabalho, casa própria, uma família amiga é ser feliz. Mas atenção essa gente não se contentou em nos dizer o que é ser feliz na terra, também dizem o que temos que fazer para sermos felizes depois de morrermos, mas ai é mais fácil pois ninguém volta para dizer se essa felicidade se cumpriu ou não.

 Zoroastro, Láo Tsé, Confúcio, Siddhartha Gautama, Aristóteles, Epicuro, Jesus Cristo, Maomé, Freud, tantos outros filósofos, religioso e poetas, debruçaram-se sobre o que era a felicidade e todos deram uma definição que não coincide entre eles. Por isso o conceito de felicidade não é assim tão fácil como poderia parecer. Na minha opinião para sabermos o que é a felicidade, temos que limpar a nossa mente sobretudo dos conceitos certo e errado, e pensarmos unicamente por nós próprios. Reconheço que é preciso ter coragem, pois provavelmente teremos muitos problemas e se calhar não descobriremos o que é essa felicidade.

P.S “ Para aqueles que pensam como eu saberem que não estão sozinhos”.



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