sábado, 21 de novembro de 2009

Brincar aos treinadores




Mais uma brincadeira para os treinadores que estão iniciando-se na modalidade.

Vou mencionar alguns dados que eu acho importantes para a elaboração de um plano de treino para corredores de 100 metros. O raciocínio que vou seguir pode ser aplicado a qualquer outra prova.

A primeira coisa que vou fazer é analisar (pensar) a prova, identificando as fases que a compõem. Existem muitas formas de analisar a prova, alguns autores como Seagreve , apresentam seis fases para definir a prova. Saunders (2005) divide em cinco fases: Fase da reacção, Fase da saída dos blocos, Fase aceleração até à velocidade máxima, Fase de manutenção da velocidade horizontal, Fase da desaceleração. Tellez-1988; Movarec -1988; Bruggeman y Glad – 1990, Van Coppenolle et al. – 1990 Dellecluse et al.-1995 propõem quatro fases: Fase da entrada em acção, Fase de aceleração, Fase de velocidade máxima e Fase da resistência à máxima velocidade. Da bibliografia que consultei retirei de cada uma o que achei mais correcto e estruturei a prova em cinco fases. Sabendo que as fases diferem umas das outras nos seus mais variados parâmetros, vou identificar cada fase descrevendo a sua acção principal: Fase da partida – Habilidades motoras que produzem a força para o atleta vencer a inércia e começar a aceleração é composta pela saída dos blocos e as duas primeiras passadas. Fase da Aceleração positiva – Esta fase caracteriza-se por um ângulo da tíbia com o solo pequeno e um aumento progressivo da amplitude da passada durante 8 a 10 passadas. Fase de transição - São os últimas 7 ou 8 passadas da fase de aceleração , a técnica da corrida já é diferenciada da fase inicial, aumentado o ângulo da tíbia com o solo, e a velocidade continua a aumentar. Fase de velocidade máxima - Equilíbrio óptimo entre a frequência e a amplitude, dura mais ou menos 20 metros. Fase de desaceleração – Perda gradual de velocidade devido à fadiga. Diminui a frequência da passada e aumenta a amplitude. Uma vez identificadas as fases e descritas as suas principais acções, interessa saber a importância que cada uma delas pode ter no resultado final da prova. (Segundo Tellez, 1988) o tempo de reacção influí em 1%, saída dos blocos 5%, aceleração 64%, velocidade máxima 18% e a desaceleração (velocidade resistência) 12% . Também é importante saber a participação dos diferentes processos energéticos na prova dos 100 metros. (segundo, Zaciorski) o sistema aláctico 81%, o sistema láctico 15% e o aeróbio 4%. Embora existam muitos mais factores importantes para a elaboração de um plano de treino, com estes pequenos dados já dá para sabermos, com que distâncias devemos treinar cada fase e que importância devemos dar a cada uma na planificação. A nível metabólico, também ficamos a saber quando tempo devemos dedicar a cada sistema energético. Vou dar um exemplo da forma de trabalhar estes dados: Se vou treinar a fase de aceleração positiva, coloco de 8 a 10 marcas no chão, começando com a primeira marca a uma distância de três pés e meio da linha de partida e vou aumentando meio pé em cada marca até 8 pés , ficando 3,5 - 4 - 4,5 - 5 etc Em relação a todos os outros dados é só uma questão de criatividade.

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