quinta-feira, 19 de março de 2015

A Armada Invencível


Portugal foi campeão da europa em atletismo nos sectores feminino e masculino: As equipas portuguesas venceram de forma inequívoca o 7º campeonato da europa de atletismo em pista coberta para atletas do INAS (deficiência intelectual).As selecções nacionais no seu conjunto conquistaram 25 medalhas (8 ouro, 8 prata e 9 bronze). Para a revalidação destes títulos, além do excelente contributo de todos os elementos envolvidos neste evento, contribuiu em muito, a prestação individual da estrela da equipa, Lenine Cunha, que conquistou 8 medalhas (2 ouro, 2 prata e 4 bronze), praticamente um terço do total das medalhas conquistadas. É de salientar as excelentes prestações de Érica Gomes com o recorde Nacional absoluto no triplo salto, Pedro Isidro na marcha que fez recorde dos campeonatos e realço também a veterana Graça Fernandes a quem a soma dos anos parece fazer bem. A presença de três jovens açorianos, Ana Filipe, Maria Sousa e Carlos Lima, todos a bom nível, são a evidência de uma renovação que se continua a fazer e da capacidade de recrutamento da ANDDI.

 Ao longo dos últimos anos, as excelentes prestações tanto individuais como coletivas dos nossos atletas nas competições INAS, têm sido o maior meio de divulgação do atletismo adaptado. A constante presença destes atletas na comunicação social, e a divulgação dos resultados nas redes sociais, tem contribuído de forma decisiva para o esclarecimento da importância que o desporto adaptado tem num melhor e mais equilibrado desenvolvimento social. Vivendo como vivemos, um momento de transformação no desporto adaptado, é de bom senso proteger estas atividades e ter muito cuidado em não matar a galinha dos ovos de ouro.

São Petersburgo, a antiga capital do império Russo foi a anfitriã deste campeonato. Com uma excelente organização tanto a nível do quadro competitivo como na componente social, este campeonato primou pela ausência de alguns países de referência nesta modalidade. Este facto não foi impeditivo da realização de alguns resultados de alto nível. Na minha opinião, essas ausências devem-se ao facto de durante a presente época ainda existirem mais duas grandes competições internacionais, uma no Equador e outra Qatar, tendo a actual crise financeira obrigado alguns países a fazerem opções.

Nota final: No último dia do campeonato a organização proporcionou a todos os intervenientes um passeio turístico pela cidade. A cidade confirmou a ideia que eu tinha dela, uma cidade muito linda, deslumbrante. Um dia gostaria de voltar para poder ver por dentro tudo aquilo que eu vi por fora. Uma referência à voluntária Alexandra Ivanova, uma estudante Bielorussa de apenas 21 anos, que fala um excelente português e sabe mais sobre a história e literatura de Portugal que muitos portugueses. Uma daquelas pessoas que vale a pena conhecer. Deixei para último o mais importante, El Comandante Costa Pereira, que com a sua dedicação e conhecimento consegue com que Portugal atinga estes patamares na área do atletismo da deficiência intelectual. Gosto de ver a sua entrada tipo furacão, transmitindo uma grande energia a todos e estabelecendo regras de uma forma muito clara que desmotiva qualquer atleta a infringi-las.

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