Já defendiam os pensadores da
antiga Grécia e mais tarde Marx e Sartre, entre outros, que o homem é um animal
social e produto do meio em que vive. O homem mentalmente constrói-se a partir
das suas relações sociais, sendo influenciado pelos paradigmas (cultura) que
lhe são impostos desde a mais tenra idade. Somos vitimas e cúmplices de uma
educação familiar, religiosa, escolar e social. “...nascemos originais e morremos cópias “esta frase retrata a vivencia
da maioria das pessoas. Somos treinados para sermos trabalhadores e não empreendedores.
A sociedade de forma inteligente e, sabendo que um indivíduo num determinado
ambiente se ajusta ao mesmo, molda os seus membros conforme as suas
necessidades. Esta organização (sociedade) gerou mecanismos de repetição
constante, que por sua vez acabam por criar automatismos, na ação dos indivíduos. Os vícios, são um exemplo de
como a repetição constante manipula facilmente o ser humano. Podemos constatar
este aspeto mesmo nas chamadas drogas legais: cafeína, nicotina e álcool,
aceites e fomentadas socialmente, cujo efeito dissuasor de uma sociedade
estratificada, instrumentalizada e altamente competitiva, serve plenamente os
objetivos dessa mesma sociedade. Estaremos condenados a ser apenas um produto
do meio em que vivemos? Eu penso que não. Nós podemos ser subversivos, temos
capacidade para fazer uma reprogramação “emocional”, destruir padrões “mentais”
entranhados, mudar de hábitos criando novos paradigmas. Com a repetição
sistemática de um determinado comportamento o cérebro cria vias sinápticas mais
rápidas fazendo com que ações promovam outras ações de uma forma quase
automática. Assim foram criados os nossos atuais padrões de comportamento e,
desta forma também podemos criar novos hábitos, abandonando aqueles com que não
concordamos. Mas, é importante sabermos que os novos hábitos levam algum tempo
a se fixarem. Também é preciso lembrar que os nossos antigos hábitos sugiram
através de repetições de comportamento e, mesmo depois de “quebrados”, esses
comportamentos podem ser reativados sobre o menor estímulo. Depois de
adquirirmos novos padrões de comportamento, não devemos abrir alguma exceção
para voltar a utilizar algum dos padrões que com tanto esforço conseguimos eliminar.
Alterar comportamentos pode ter um efeito que vai muito além do fator
individual. Dou o exemplo do que uma simples alteração dos hábitos alimentares
pode fazer: foi feito um estudo pela universidade de Oxford onde prova
cientificamente que ser vegetariano reduz para metade a pegada ecológica. Como
podemos verificar os nossos comportamentos podem ter impacto a nível global. Nota-se
um número crescente de pessoas a quererem alterar os seus padrões de
comportamento, mas nós somos seres programados, a mudança mete sempre medo, exige
esforço e dedicação. Qualquer um de nós
e após uma introspeção, se quiser, pode mudar qualquer hábito por muito enraizado
que esteja. Na minha opinião o fator importante para conseguirmos reprogramar
os nossos hábitos não é a força de vontade, mas a consciência e a capacidade de
se liderar.
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