Desde os primórdios que a escrita faz alusão à
idolatria. Um texto bíblico do antigo testamento, conta que o rei da Babilónia
Nabucodonosor pediu ao profeta Daniel para lhe decifrar o seguinte sonho: “Uma estátua alta e muito brilhante com uma aparência
impressionante. A cabeça da estátua era de ouro maciço, o peito e os braços
eram de prata, o ventre e as coxas de bronze, as pernas de ferro e os pés parte
de ferro e parte de barro. Uma pedra desprendeu-se da montanha, e veio bater
nos pés da estátua quebrando-os”. E claro, toda a estátua se desmoronou. Consta que provém desta história a
frase: “Ídolos com pés de barro”. Embora esta história tenha mais de 2600 anos,
pode servir de reflexão para a atualidade onde como nunca se promovem Ídolos. A
economia através das técnicas de marketing e utilizando os mais avançados meios
de comunicação faz do ídolo, um produto que tenta rentabilizar financeiramente.
É demais evidente a tentativa de idolatrizar o mais possível. Esta, é uma ação
socialmente perigosa, porque os jovens, têm a tendência de imitar os
comportamentos dos seus ídolos, sendo muitos deles inadequados. Proliferam as
referências aos comportamentos desviantes dos chamados “ídolos com pés de
barro”, heróis vitimas do infortúnio, provavelmente por terem sido colocados
num pedestal, para o qual não estavam preparados. São medalhas devolvidas
devido à utilização do doping, internamentos para desintoxicação devido ao
consumo de drogas, violência doméstica, alcoolismo, prostituição, enfim, um
sem-números de situações que põem a descoberto o quanto falível é o ser humano,
para ser elevado a Ídolo e venerado. É preciso destruir este ídolo que bloqueia
a inteligência humana. Cultuar cega e, não nos deixar ver o outro, ficamos
obcecados. Onde poderíamos ver a grandeza da diversidade humana, vemos
simplesmente aquele que para nós está acima de tudo. É natural gostarmos,
valorizarmos e reconhecermos o valor daqueles que são exímios na sua arte, que
atingiram a excelência. É bom examinarmos os seus percursos, aprender com eles,
retermos o útil, mas, não venerar essas personalidades. A idolatria não deixa
ver que existem cidadãos anónimos, gente honesta, culta, inteligente e humilde,
que são verdadeiros exemplos para todos. Estes não têm campanha de marketing,
mas são tão ou mais importantes que as celebridades. Não têm uma plateia pela
frente, mas são exímios na arte de: “construir um mundo melhor”. Gente
altruísta, que depois de um dia árduo de trabalho anda pelas ruas ajudando os
sem abrigo, distribuindo alimentos. Alguns arriscando a vida nos campos de
refugiados, nos lugares mais inóspitos do planeta, ajudando quem mais precisa.
Outros, “comendo o pão que o diabo amassou” para sustentar uma família, dar
formação e educação aos seus filhos. Estes nunca serão ídolos, nunca saberemos
onde é a sua campa para os ir visitar, mas são a base da construção de uma
sociedade melhor.
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