quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Verdade ou a minha Verdade?


O ser humano que está na foto , sou eu, a tentar fotografar a verdade.












Quando ensinamos os nomes das cores às crianças, dizemos: esta cor é o azul. Mas nunca sabemos se a cor que a criança está a ver é a mesma que nós estamos a ver. O certo é que a partir desse momento a criança irá chamar sempre azul a essa cor. O azul que a criança está a ver pode ser o nosso amarelo, mas ambos chamaremos sempre azul aquela cor.

Ao longo da nossa vida vamos ensinando e aprendendo verdades. Mas, como podemos constatar, existe a possibilidade de duas pessoas identificarem um objecto correctamente quanto à sua cor e estarem a ver cores diferentes.


A única verdade absoluta que conheço é a da La Palisse. O senhor de La Palisse, foi um chefe militar francês que ficou celebre pelas suas vitórias em várias batalhas. Mas um dia, quando comandava os seus soldados na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate.

Os seus soldados, homens do povo e de pouca cultura, quiseram fazer-lhe uma homenagem, compondo uma canção em sua honra. A letra da canção dizia o seguinte: “ O senhor de La Palice/ morreu em frente a Pavia/ momentos antes da sua morte/podem crer, inda vivia/ eheheheh.

Esta sim, é uma verdade absoluta.


A nossa verdade começa por ser a verdade dos outros. Ensinam-nos as verdades deles e, nós tomamos-las por verdades nossas.

Há quem viva toda a vida com a verdade dos outros e há quem como eu, queira ter a sua verdade. Quanto mais separarmo-nos da verdade dos outros, mais possibilidade teremos de ter a nossa verdade.

É preciso esvaziarmos a nossa mente das amarras que lhe colocaram e darmos-lhe liberdade para pensar, questionar, reflectir, ser criativa, etc.


Aos poucos, tenho criado a minha verdade, que pode ser má, até pode ser a maior mentira do mundo, mas é a minha verdade. Eu posso acreditar em coisas tontas , mas são as minhas coisas tontas, não são as coisas tontas dos outros.

A verdade é um estado evolutivo, a minha verdade de hoje não é a do passado, está em constante evolução. Todos os dias aprendemos e fazemos correcções.


Eu penso que o expoente máximo da nossa liberdade é termos uma verdade própria. Quando a nossa verdade é a verdade dos outros, corremos o risco de colocar bombas no corpo, fazê-las explodir, matar um montão de pessoas e acreditar que depois vamos para o paraíso e lá estão uma dezena de virgens á nossa espera para desfrutarmos de imensos prazeres.

Ou fazermos mal a alguém e depois irmos com o senhor padre que diz para rezarmos e estamos perdoados.


Enfim, cada um é livre de escolher as verdades que quiser, eu escolho as minhas e sinto-me muito bem com isso. De qualquer forma é importante conhecermos alguns conceitos sobre a verdade, proferidos por pessoas que pensaram sobre o assunto:


Segundo Nietzsche ” O ser humano, não aguenta saber todas as verdades que existem no universo. Por isso ele prefere ter Fé, pois assim ele não precisa saber o que é a VERDADE, por não suportá-la em sua própria estupidez humana. É cómodo… E a maior inimiga da verdade não é a mentira, pois esta se dilui com o tempo e a pesquisa lógica. A maior inimiga da verdade é a convicção, pois esta é a mãe da alienação fundamentada nos dogmas".


" O “maluco” do Osho ( forma carinhosa de o tratar) diz que : “A verdade é. Ela simplesmente é. Nada pode ser dito a respeito dela. E tudo o que for dito a respeito dela irá torna-la falsa”.


Segundo Platão: “ a verdade é tudo o que explica como as coisas são e a mentira como as coisas não são. Podemos também afirmar que a verdade é o contrário da ilusão; porque a ilusão consiste em fazer-nos tomar a aparência por realidade"


Para o filosofo madeirense Adriano Gonçalves 1961 até !..... D.C. eheheh A verdade tem de ser construída pela própria pessoa, estando em constante evolução. Para quem, a sua verdade é a verdade dos outros, vive na mentira, mesmo que a verdade dos outros seja mais verdadeira que a sua verdade.

4 comentários:

  1. Estás a dormir???
    Não acredito!!!!
    A dormir consegues ver mais do que outros acordados.
    Um Abraço, Eh, Eh,Eh,Eh..........

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  2. Mara Regina Rojo Prado12 de agosto de 2009 às 12:31

    E quando 2 verdades se encontram?
    Qual o desenho de sua verdade..diga: uma linha, um círculo, um ziguezaguear.....?

    Sobre a sugestão de livros, a minha é: os livros de Milan Kundera

    Gostei muito de ler você tb
    um abraço
    Mara

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  3. Olá Mara. Quando duas verdades se encontram? Eu penso que vai dar logo uma discussão do “caraças” eheheh, e que cada uma deve defender-se acerrimamente com todos os argumentos possíveis e imagináveis. Acho que é a melhor forma de evoluirmos a nossa verdade. Qual é o desenho da minha verdade? Nunca tinha pensado que a verdade pudesse ter um desenho, ainda por cima em forma de linha. Mas com certeza que é um ziguezaquear. Estas brincadeiras que escrevo e a que chamo: divagações da minha mente pelos labirintos da vida, são simplesmente os meus pensamentos, a minha forma de ver a vida. E neste artigo sobre a verdade, a mensagem que quis deixar, foi que devemos questionar tudo e não tomarmos algo por verdade só por que alguém importante disse, escreveu, ou ensinou. Tudo pode ser aceite como verdade mas acho que só devemos aceitar a verdade depois de termos reflectido profundamente sobre a mesma. Seja acreditar em Deus, não devermos comer animais, que existe uma alma ou espírito, etc, tudo isto pode ser aceite como verdade, mas primeiro devemos reflectir sobre o assunto e só depois aceitar. Também agradeço a sugestão do Milan Kundera já por diversas vezes estive com o livro “a insustentável leveza do ser “ na mão e nunca o comprei, pode ser que agora compre.
    Um abraço
    Adriano

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  4. Mas porque será que constroem monumentos tão majestosos que depois nos obrigam a tirar fotos nesta posição???
    Viva Adriano,
    Pois é as nossas verdades, concordo plenamente.
    Gostei muito da experiência dos Global Games e acima de tudo gostei de trocar ideias sobre as nossas verdades...É que as porras das verdades são do carago!!!! Eh! Eh!

    Beijinhos
    Natércia.

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