sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Simplesmente mais um Poema


Transcrevo um poema do poeta Carlos Queirós. Um poeta, Infelizmente, pouco divulgado. Embora não corroborando com o pensamento deste poema, gostei muito. A propósito de um comentário: Sim é verdade, às vezes, em vez de sermos nós a lermos o poeta é ele quem nos lê.
POEMA:
Ouvir , outrora, era o bastante
Para sentir, enfim , justificada, a vida
E supor que podia , a partir desse instante
Abrir, impunemente ,ao mundo ,confiante
Minha alma enternecida.
Fitar o teu olhar, era um deslumbramento,
Que me transfigurava e me fazia crer
Que depois de viver, na terra, esse momento
--Sereno, como após o extremo sacramento--,
Já podia morrer.
Premia as tuas mãos nas minhas e dizia,
Com profunda emoção:--É só por ti que existo!
Como foi isto, amor?Do nosso olhar, um dia,
Caiu neve no fogo em que a minha alma ardia...
Amor como foi isto?!
Passas por mim, agora, e nada me insinua
Ser a tua presença o derradeiro elo
Que me prendia à vida.-- E a vida continua!
E tudo ,como outrora, ( o Sol, O Mar A Lua ...)
Mesmo sem ti, é belo!
Como havemos de ter, nos outros, confiança?
Que humano sentimento a nossa fé merece?
De que servem, na vida, os ideais e a esperança
Se o próprio amor,-- como os brinquedos ,em criança--,
Tão cedo, para nós, perde o encanto e esquece?!

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