domingo, 27 de março de 2011

Ana Karénina de Lev Tolstoi - Um livro a ler




Vou escrever umas breves linhas sobre o livro que acabei de ler “ Ana Karénina de Lev Tolstoi” 850 páginas de boa leitura que foram “devoras” em quatro semanas. O livro começa com uma frase muito engraçada:

“ Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”.

Após ler o livro, sinto que conheço um pouco melhor as pessoas.

A acção da obra começa em Fevereiro de 1872 e vai até Julho de 1876. Desenrola-se entre Moscovo e S. Petersburgo. Embora escrito à 135 anos e caracterizando a Rússia Czarista, verifico que os ensinamentos que Tolstoi pretende transmitir sobre o comportamento humano mantêm-se com uma actualidade enorme. É um bom livro para alguém que pretenda casar ler antes de tomar essa decisão.

Embora sejam muitas as personagens que interagem neste romance, são sete a quem cabe a responsabilidade de transmitir o pensamento do escritor: Lévin (a minha personagem preferida) e kiti; Ana Karénina, O seu marido Aleksei e o amante Vronski; Dolli e Stefan Oblonski.

Ana Karénina foi levada a casar com um alto e rico funcionário do estado, 20 anos mais velho do que ela. Como ela não conhecia o amor (paixão), vivia feliz pois pensava que o amor era isso, um bom casamento, uma boa posição social, ter filhos, conviver na alta sociedade etc.
Depois conheceu Vronski um jovem e rico militar e apaixonou-se. A partir daí, começou a ver no marido uma série de coisas que além de não gostar detestava, chegou a sentir repulsa por ele. O marido por sua vez, tudo suportava até o relacionamento com o amante, pedindo-lhe apenas que não recebesse o amante em casa e fosse comedida nesse relacionalmente por causa da sociedade.
Ela acaba por abandonar o marido e o seu filho (que tanto amava), foi viver com Vronski, teve uma filha dele, foi condenada e enxovalhada pela sociedade, não aguentou a pressão e acabou por matar-se.

Lévin é uma personagem fantástica, com os seus problemas existencialistas, com a sua angústia sobre o mistério da vida, Deus existe? Será que a religião fala a verdade? Se uma religião é que está certa, que é dos membros da outras religiões? Acaba por casar com kiti, o seu grande amor e uma fervorosa católica. São um casal feliz e devido às suas divergências, completam-se. (revejo-me em grande parte nesta personalidade)

Quanto a Dolli e Stefan, representam aquele casal em que o marido é falso, a mulher sabe, revolta-se no princípio, mas como o ama e quer a estabilidade da família, acaba por acomodar-se à situação por algum tempo.

Coloco algumas frases que gostei:

“ Entretanto chegue a primavera, bela, impetuosa, sem expectativas nem enganos, uma daquelas raras primaveras que fazem alegrar de igual modo as plantas, os animais e os homens”

“ Um pensamento a que fora levado não pelo desejo de ocupar com alguma coisa um cérebro ocioso, mas nascido das condições da sua vida, que ele amadureceu na sua solidão do campo e analisando todos os lados”

“ Para instruir o povo são necessárias três coisas: escolas, escolas e escolas”

3 comentários:

  1. Devo dizer que fiquei chateada ao ler esse post. Porque estou lendo exatamente este livro, mas estou um pouco ainda longe de terminar e agora já sei o fim. hahaha.

    Mas tudo bem, não tem problema. Também tenho tido impressões ótimas sobre ele. Aliás, vindo do Tolstói, é o que eu posso ter. E também recomendo, embora eu ainda não tenha terminado.


    Abraço.

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  2. Olá Sarah
    Você tem muitas coisas para explorar nesse romance; Como por exemplo: porque é que a aristocracia tinha o hábito de falar francês? Quando explorei esse assunto fiquei impressionado, não fazia a menor ideia que tantos Russos falassem francês e que isso dava um estatuto especial na alta sociedade. Quando acabar de o ler coloque um poste a dar a sua opinião que será diferente da minha e por certo muito mais interessante.
    É sempre um prazer comunicar consigo

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