Na filosofia, ética é o ramo que
estuda os valores morais de um grupo ou de um individuo. O ser humano é um ser
em constante conflito consigo próprio. Sigmund Freud estudou este fenómeno e
dividiu a mente em três elementos: ID, Ego e Superego. O ID é aquilo que nasce
connosco e representa o elemento mais primitivo da mente, onde reside o
inconsciente e os desejos mais básicos e primitivos. Após o nascimento, começa
a desenvolver-se o Ego, que chamados de consciência, aspeto que procura
controlar os impulsos do ID de forma a encontrar soluções menos precipitadas,
mais realistas e que vão de encontro dos ideais e sejam socialmente aceitáveis.
O Superego, é a consciência moral, são as crenças, cultura familiar, componente
moral e social da personalidade e age em contraponto com o ID. O Ego, também
conhecido como o nosso EU, tenta criar um caminho de equilíbrio entre o ID e o
Superego, agindo como “uma pessoa equilibrada”. Conhecemos atitudes éticas que
engrandecem a humanidade e outras que pelo contrário envergonham. Passo a citar
um caso de ética, ou seja, de um Ego que conseguiu o equilíbrio: Numa corrida
de atletismo “corta-mato” realizada em Espanha, Ivan Fernandes, ia em segundo
lugar na prova que era liderada pelo campeão olímpico, o queniano Abel Mutai.
Quase no final da prova, Mutai que tinha uma grande distância em relação ao
segundo classificado, pensando que já tinha cortado a meta parou e, começou a
cumprimentar o público. Ivan Fernandes que vinha em segundo lugar, em vez de
correr para a meta e ganhar a prova, dirigiu-se a Mutai e gesticulando
explicou-lhe que ainda não tinha cortado a meta, o atleta queniano correu os poucos
metros que faltavam e venceu. No final da prova os jornalistas perguntaram a
Fernandes: porque fizeste isso? E ele respondeu: Isso o quê? Porque deixaste o
Abel Mutai ganhar? Fernandes respondeu: eu não o deixei ganhar, ele
ganhou porque foi melhor do que eu. Que mérito é que eu teria se tivesse ganho
desta maneira? Se eu estivesse no primeiro lugar do pódio, quando chegasse a
casa o que é que eu ia dizer à minha mãe? Falando de ética, esta é uma frase
belíssima, porque a nossa mãe é a última pessoa que queremos decepcionar, porque
se a pessoa que nos trouxe à vida tiver vergonha de nós, é porque não
prestamos. Os problemas morais e éticos são situações que normalmente não
envolvem só a pessoa em questão, mas também outras pessoas que podem sofrer consequências
das decisões e ações, que muitas vezes até podem afetar uma comunidade inteira.
Falta de ética e atitudes que envergonham, são por exemplo: cientistas e
governantes que pelo dinheiro fácil, se deixam corromper por grupos organizados com
objetivos ou interesses, normalmente nefastos para a humanidade. Escondem
estudos que provam os malefícios provocados nas pessoas e no planeta por certas
indústrias, e não satisfeitos, em alguns casos, ainda ajudam a promover os
respetivos produtos. Eticamente falando, estes corruptores e corrompidos, são
as tais pessoas que não podem contar à mãe os seus êxitos, pois ela poderia
sentir vergonha de os ter parido.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentários...