quinta-feira, 7 de maio de 2009

O meu ídolo é ...................



Esta é uma opinião de alguém que está habituado a olhar em frente e que raramente olha para cima ou para baixo.
È habitual ouvirmos os jornalistas, quando entrevistam jovens perguntarem: quem é o teu ídolo? Ou, não tens um ídolo? (e assim nasce uma idolatria)

È habitual os pais vestirem os seus filhos com a camisola do seu clube predilecto. Levá-los a presenciar competições devidamente equipados onde, desde tenra idade, aprendem a sofrer, ter alegrias, venerar o clube. (e assim nasce um fanatismo)

Existem várias opiniões sobre a essência do ser Humano, ou seja, sobre o conjunto de qualidades pelas quais o ser Humano, existe e se define. Na minha opinião o Homem nasceu e existe para ser transcendente. Para ultrapassar aquilo que considera os seus limites, para atingir a excelência, ser sublime etc. Escolhendo eu, a definição do dicionário para ídolo “pessoa a quem se tributa grande veneração”, não compreendo lá muito bem a existência dos ídolos. Acho que a criação de ídolos é contrária à essência Humana. Que só quando, uma pessoa sente-se inferior acaba idolatrando aqueles considerados “superiores”.
Não consigo ter um ídolo, aliás nunca consegui. Mas penso que se um dia encontrar alguém que seja inteligente, culto, educado e humilde, vou ser seu admirador. Infelizmente é difícil encontrar alguém que reúna simultaneamente todos estes predicados. Duas das minhas frases preferidas são a do Immanuel Kant “ O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele” e uma, de um autor desconhecido que diz: “A coisa mais importante que um pai pode fazer pelos seus filhos é amar a mãe deles”
O que é que isto tem a ver com o ídolo? É o tipo de mensagens, que os jovens recebem através da televisão, rádio, revistas, exemplos dos adultos, que fazem a sua formação. Se em vez de lhes darmos os habituais ídolos, muitas vezes com os pés de barro, falarmos sobre a importância da formação do seu carácter, a ética, o respeito, com certeza que vai haver menos seres superiores e inferiores, a sociedade será mais equilibrada, e todos viveremos melhor.
Aos meus atletas eu digo que os seus adversários são o cronómetro e a fita métrica. Os que competem com eles, não são adversários, são colegas que os vão ajudar a melhorar as suas marcas. Pois se competirem sozinhos será muito difícil. Também lhes digo que é melhor ficarem em terceiro ou quarto lugar e melhorarem a marca pessoal do que ganharem e piorarem a sua marca, pois quando se ganha e piora a marca, não somos nós que somos melhores que os outros mas sim os outros que são piores que nós. Eu sei que nem sempre é bem assim, por vezes é melhor ganhar do que melhorar a marca, mas penso que ao insistir nesta filosofia estou a incutir o principio da superação nos meus atletas. O tentar superar-se a si mesmo, vai ser útil para eles enquanto atletas e depois para a sua vida pessoal. Por último, não é preciso ser narcisista, mas é importante gostarmos e admirarmos a nós mesmos ,antes de gostarmos e admirarmos os outros.

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