domingo, 16 de outubro de 2011

Portugal campeão em Atletismo - Global Games 2011




















” A minha vida faz-se ao contá-la e a minha memória fixa- se com a escrita; o que não ponho em palavras no papel o tempo apaga-o” Isabel Allende

Breve análise aos campeonatos

Os Global Games de 2011 foram disputados em Itália, mais propriamente na região da Ligúria. Portugal foi novamente campeão do Mundo por equipas em atletismo, tanto no sector masculino como no sector feminino. O atletismo português obteve 8 medalhas de ouro, 5 de prata e 6 de bronze. O título de: “o melhor atleta dos campeonatos” foi atribuído a Gracelino Barbosa, estreante neste tipo de eventos e que foi um verdadeiro papa medalhas, ganhando cinco medalhas de ouro e uma de bronze. “ Nasceu uma estrela”

A nossa selecção de atletismo ficou em Imperia, acomodada numa excelente unidade hoteleira situada no cume de uma montanha. Não fosse o percurso sinuoso, que na sua maior parte só permitia a passagem de um autocarro, um motorista da cruz vermelha Italiana que teimosamente insistia em não acertar com as curvas e poderíamos dizer que tinha sido um local perfeito.

A participação portuguesa excedeu as expectativas, pelo que só resta dar os parabéns a todos os que directa ou indirectamente deram a sua colaboração, mas fundamentalmente ao técnico Nacional Costa Pereira que é o grande obreiro deste resultado. Uma referencia especial aos capitães das equipas , Lenine e Graça pela mística que conseguem transmitir ao Grupo.

Um aparte

Os Global Games são os Jogos olímpicos dos atletas da deficiência intelectual, ou seja dos atletas que têm uma dificuldade e capacidade limitada de aprendizagem. Pessoas a quem no jogo da vida nem sempre a sorte acompanhou e encontram nesta competição um meio onde são valorizados, momentos de grande felicidade e camaradagem. O facto de a comunicação social portuguesa não dar relevância aos nossos êxitos e à importância social destes eventos, não belisca em nada a sua importância. Para os detractores desta área, que muitas vezes colocam em dúvida a elegibilidade dos nossos atletas, informo que vários dos nossos atletas mais uma vez foram submetidos a testes psicotécnicos e físicos para atestar a sua elegibilidade e todos foram elegíveis( aqui não anda alguém a enganar toda a gente)

Uma história bem bonita….

Da nossa delegação fez parte uma amiga Japonesa que vive no Japão e a expensas próprias deslocou-se do seu país até Itália para acompanhar a nossa selecção. (Merece o titulo:" A melhor adepta do mundo do desporto adaptado", e já vão ver o porquê)

Acho até que se o saudoso Fernando Pessa visse isto diria a sua famosa expressão: E esta, hein?

O seu nome é yayoi Iwamoto (pronuncia-se iaiui) e como o nome não é muito fácil de pronunciar, foi baptizada (no grupo) por Maria, e assim facilita a vida a toda a gente. (coisa de portugueses). O técnico nacional Costa Pereira atribui-lhe sempre uma função na equipa, que cumpre religiosamente.

O seu relacionamento com os portugueses do desporto da deficiência intelectual data desde 2002 onde num mundial de futebol realizado no Japão foi voluntária da selecção portuguesa com a função de Guia/ intérprete. Poderemos dizer que foi um amor à primeira vista.

Cativada pelos portugueses, fez questão de conhecer Portugal, onde se deslocou em 2003 para ver o Europeu de futebol em Aveiro. Regressou a Portugal em 2004 ficando a residir cinco meses na cidade do Porto (bastião do desporto da deficiência intelectual em Portugal) e a estudar numa universidade.

Em 2005 foi até à Austrália para acompanhar a equipa portuguesa no atletismo, 2006 acompanha o basket no Japão e volta a Portugal para acompanhar o ténis de mesa em Mirandela. Em 2007 acompanha a selecção nacional portuguesa ao Brasil e no regresso passa por Portugal para continuar a acompanhar-nos num campeonato em Tondela.

Em 2008 acompanha o atletismo portugês a Manchester, 2009 os Global Games na República Checa, 2010 síndrome de dwon no México e 2011 Global Games em Itália... É obra...

Yayoi é uma pessoa discreta, observadora e de uma educação exemplar. Gostei imenso da partilhar alguns momentos de conversa com ela, que eram sempre enriquecedores. Tem uma história de vida lindíssima.
A sua mãe vivia em Hiroshima aquando da explosão da bomba atómica e embora estivesse só a cerca de 2 km do local do rebentamento ainda é viva e pelo que consta de boa saúde.
Antiga professora primária no Japão viveu três anos no Brasil onde aprendeu a falar português e actualmente no Japão traduz documentos para uma área governamental sendo também tradutora num hospital e num reformatório em regime de voluntariado.
Nos seus momentos mais críticos, costuma sonhar com o seu pai que já morreu à muito e tenta seguir na integra os conselhos que lhe transmite.
Budista de uma vertente muito liberal, gosta de ler sobre religiões e tenta utilizar para si o melhor que cada uma lhe transmite.
Muito haveria para escrever sobre yayoi, mas vou acabar com as palavras do nosso técnico nacional Costa Pereira na reunião final “ à Maria um muito obrigado de todos por nos honrar com a sua presença” ao que ela respondeu “ eu é que agradeço, por permitirem estar aqui convosco: Tenho vício de estar com vocês”

Nota: Poderá haver alguns lapsos nas datas, pois surgem de pequenas conversas. A ideia de escrever sobre yayoi é simplesmente fazer-lhe uma pequena e modesta homenagem e uma forma de não esquecer-me de alguns pormenores das nossas conversas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ressureição de Lev Tolstói





Acabei de ler o magnífico romance “Ressurreição” de Lev Tolstói, não tem em minha opinião, a grandeza de “Anna Karenina”, aliás, nem sei se existe algum romance com a sua grandeza, mas por ser o seu último romance e nele transmitir muito da sua filosofia de vida, que aliás, pôs em prática, é uma obra incontornável para quem gosta de ler Tolstói.

Utilizando como protagonistas o príncipe Russo Nekhliúdov e uma jovem empregada doméstica Maslova, Tolstoi constrói uma narrativa onde faz uma crítica à vida social da Rússia czarista dos finais do século XIX e uma crítica sarcástica às injustiças sociais, ao sistema judicial e ao regime Russo vigente.

A hipocrisia das pessoas que abdicam dos seus princípios morais em troca de cargos governamentais e favorecimentos para poderem circular na alta sociedade, são também alvos de uma crítica muito forte. Nota-se ao longo do romance que o escritor não corrobora com a subserviência e através de várias personagens, incentiva as pessoas a terem um pensamento próprio e a respeitarem tudo o que às circunda. A água, a terra e o ar não deveriam ter dono, pois pertencem a toda a humanidade.
De seguida coloco alguns excertos do muito que sublinhei neste romance:


“ Estavam em alegria as plantas, os pássaros, os insectos e as crianças. As pessoas porém, as pessoas grandes, adultas, não deixavam de se enganar e de se magoar, a elas mesmas e aos outros. Achavam elas que o sagrado e importante não era a manhã primaveril nem a beleza do mundo de Deus concedida para o bem de todas as criaturas, beleza que predispunha à paz, à concórdia e ao amor, mas que o sagrado e importante era o que elas próprias tinham inventado para ganharem poder umas sobre as outras”

“ Se precisares de mim, toma-me. Se não precisares passa. Ao passo que a outra finge que não pensa nisso, que vive uns quaisquer sentimentos sublimes, requintados, mas no fundo é a mesma coisa. Esta pelo menos, é sincera, a outra mente”

“ Esta mulher da rua é água suja e fedorenta que se oferece àqueles para quem a sede supera a repugnância; a outra, no teatro, é um veneno que, imperceptivelmente, contamina tudo onde cai”

“ Todas as pessoas vivem e agem, em parte, de acordo com as suas próprias ideias, e em parte de acordo com as ideias dos outros. Na medida em que as pessoas vivem mais em conformidade com as suas ideias ou em conformidade com as ideias dos outros consiste uma das maiores diferenças entre elas”

“ Quando se reconhece que há coisas mais importantes do que o humanismo, sejam quais forem, nem que seja apenas durante uma hora e num caso excepcional, será sempre possível que cometamos crimes contra os seres humanos e não nos consideremos culpados”

“ O mesmo se passa relativamente às pessoas. E não poderia ser de outro modo, porque o amor recíproco entre as pessoas é a lei fundamental da vida humana”…….

“ Se não sentires amor pelas pessoas, fica quieto ----- pensava Nekhliúdov, dirigindo-se a si mesmo, trata de ti, dos teus haveres, do que quiseres, mas não das outras pessoas.”

terça-feira, 7 de junho de 2011

Poema - Mulher ilha

Para todas as mulheres que tal qual uma ilha,que é rodeada por água, são rodeadas por um mar de olhares indiscretos, de onde ecoam burburinhos que fazem lembrar o som da água a enrolar-se com o calhau. Por esta razão, tornam-se ilhas, num imenso mar de gente.




Mulher Ilha,
De sumptuosos contornos
Cinzelados pela natureza,
Rodeada de olhares indiscretos

Oásis dos monomaníacos,
Inspiração dos poetas,
Seu sorriso, é a aurora do dia mais belo,
Seu olhar, o mais lindo crepúsculo,

Mulher de beleza inconstante,
Banhada pela subtileza dos adjectivos,
Umas vezes; mar revolto, montanha agreste
Outras; calmia,letargia da tranquilidade dos vales

Amada sem saber,
Por quem não sabe que à ama,
É a voz do silêncio,
De quem nunca falou de amor,

Esta é a mulher ilha
De virtude inexpugnável,
Aquela que os meus olhos já viram,
Que a minha imaginação perscrutou,

Refúgio
Dos corações naufragados,
Nela encalham
Os destroços do amor.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Preparei Hummus e gostei imenso .....



Hummus é uma receita muito popular no médio Oriente.Este fim de semana resolvi preparar Hummus e embora ainda possa melhorar a receita, o que eu fiz ficou muito bom. O Hummus é um tipo de patê que podemos servir como entrada, acompanhamento de um prato (excelente para acompanhar saladas) ou simplesmente comer barrado no pão.Tem um valor nutritivo elevado, pelo que é muito utilizado pelos vegetarianos.


Ingredientes

250 g de grão de bico
2 colheres de sopa de thahine (pasta feita de sementes de sesámo)
1 dente de alho
1 pouco de azeite
algumas azeitonas
sumo de 1 limão
cebolinho q.b.
um pouco de água ( que pode ser da que cozeu o grão)
Eu deitei uma colher de chá de cominhos, mas há muita gente que não gosta de cominhos e por isso, só aconselho os cominhos a quem gosta mesmo....

Modo de preparo

Eu coloquei tudo num liquidificador(pode ser com uma varinha mágica) e fui adicionando um pouco de azeite e água até ficar uma massa homogênea. Depois coloquei numa travessa, deitei um pouco de azeite e pimentão vermelho moido. Também podemos colocar umas folhas de ortelã ou outras a gosto para decorar.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

PAULA de Isabel Allende







Acabei de ler o livro Paula de Isabel Allende. Achei o livro fantástico e vou partilhar alguns apontamentos sobre o mesmo.

A razão da existência deste livro é a sua filha Paula, que sendo portadora de porfiria, uma doença hereditária adquirida através do seu pai, adoece gravemente e acaba por falecer após um longo período de coma. Este livro foi escrito “ durante horas intermináveis pelos corredores de um hospital em Madrid e num quarto de hotel onde vivi durante vários meses. E também ao lado da sua cama, na nossa casa da Califórnia”

“ Ouve Paula, vou contar-te uma história para que, quando acordares, não te sintas perdida” e assim começa Isabel Allende a contar o seu percurso de vida, de uma forma tão corajosa que expõe os seus erros, desilusões, medos, intimidades, fragilidades e onde fala da sua família, do seu País, da liberdade, da ditadura e das grandes personalidades com quem de alguma forma partilhou alguns momentos.

” A minha vida faz-se ao contá-la e a minha memória fixa- se com a escrita; o que não ponho em palavras no papel o tempo apaga-o”

Enquanto vai falando da sua vida, vai informando o leitor sobre o estado de saúde de Paula e dos esforços que faz para que ela regresse daquele estado de morte aparente. Aceita todo o tipo de ajudas, curandeiros, rezas, espíritas, medicina tradicional etc. Até que chega a um ponto em que diz: “ Já não escrevo para que quando a minha filha acordar não se sinta tão perdida, porque não acordará. Estas páginas não têm destinatário, a Paula nunca poderá lê-las…”

Par terminar um pequeno trecho do livro:

“ Gostaria de voar numa vassoura e dançar com outras bruxas pagãs no bosque à luz do luar, invocando as forças da terra e afugentando demónios, quero converter-me numa velha sábia, aprender antigos encantamentos e segredos de curandeiros. Não é pouco o que eu pretendo. As feiticeiras, tal como os santos, são estrelas solitárias que brilham com luz própria, não dependem de ninguém, por isso carecem de medo e podem lançar-se cegas no abismo com a certeza de que em vez de se destruírem sairão a voar. Podem converter-se em pássaros para ver o mundo de cima ou em vermes para vê-lo por dentro, podem habitar noutras dimensões e viajar para outras galáxias, são navegantes num oceano infinito de consciência e conhecimento”
Paula é um livro que requer muita reflexão é um testemunho de uma mãe que acompanha a morte de uma filha e um autêntico documento autobiográfico com várias lições de vida.

domingo, 27 de março de 2011

Ana Karénina de Lev Tolstoi - Um livro a ler




Vou escrever umas breves linhas sobre o livro que acabei de ler “ Ana Karénina de Lev Tolstoi” 850 páginas de boa leitura que foram “devoras” em quatro semanas. O livro começa com uma frase muito engraçada:

“ Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”.

Após ler o livro, sinto que conheço um pouco melhor as pessoas.

A acção da obra começa em Fevereiro de 1872 e vai até Julho de 1876. Desenrola-se entre Moscovo e S. Petersburgo. Embora escrito à 135 anos e caracterizando a Rússia Czarista, verifico que os ensinamentos que Tolstoi pretende transmitir sobre o comportamento humano mantêm-se com uma actualidade enorme. É um bom livro para alguém que pretenda casar ler antes de tomar essa decisão.

Embora sejam muitas as personagens que interagem neste romance, são sete a quem cabe a responsabilidade de transmitir o pensamento do escritor: Lévin (a minha personagem preferida) e kiti; Ana Karénina, O seu marido Aleksei e o amante Vronski; Dolli e Stefan Oblonski.

Ana Karénina foi levada a casar com um alto e rico funcionário do estado, 20 anos mais velho do que ela. Como ela não conhecia o amor (paixão), vivia feliz pois pensava que o amor era isso, um bom casamento, uma boa posição social, ter filhos, conviver na alta sociedade etc.
Depois conheceu Vronski um jovem e rico militar e apaixonou-se. A partir daí, começou a ver no marido uma série de coisas que além de não gostar detestava, chegou a sentir repulsa por ele. O marido por sua vez, tudo suportava até o relacionamento com o amante, pedindo-lhe apenas que não recebesse o amante em casa e fosse comedida nesse relacionalmente por causa da sociedade.
Ela acaba por abandonar o marido e o seu filho (que tanto amava), foi viver com Vronski, teve uma filha dele, foi condenada e enxovalhada pela sociedade, não aguentou a pressão e acabou por matar-se.

Lévin é uma personagem fantástica, com os seus problemas existencialistas, com a sua angústia sobre o mistério da vida, Deus existe? Será que a religião fala a verdade? Se uma religião é que está certa, que é dos membros da outras religiões? Acaba por casar com kiti, o seu grande amor e uma fervorosa católica. São um casal feliz e devido às suas divergências, completam-se. (revejo-me em grande parte nesta personalidade)

Quanto a Dolli e Stefan, representam aquele casal em que o marido é falso, a mulher sabe, revolta-se no princípio, mas como o ama e quer a estabilidade da família, acaba por acomodar-se à situação por algum tempo.

Coloco algumas frases que gostei:

“ Entretanto chegue a primavera, bela, impetuosa, sem expectativas nem enganos, uma daquelas raras primaveras que fazem alegrar de igual modo as plantas, os animais e os homens”

“ Um pensamento a que fora levado não pelo desejo de ocupar com alguma coisa um cérebro ocioso, mas nascido das condições da sua vida, que ele amadureceu na sua solidão do campo e analisando todos os lados”

“ Para instruir o povo são necessárias três coisas: escolas, escolas e escolas”

quinta-feira, 24 de março de 2011

Portugal Campeão da Europa INAS - FID em atletismo



Portugal venceu colectivamente em masculinos e femininos o Campeonato da Europa INAS - FID de Atletismo em Pista coberta que foi realizado em Helsínquia na Finlândia. Tal como em eventos anteriores em que participei vou tecer alguns comentários sobre o evento. Dei uma olhadela nos artigos que publiquei sobre os campeonatos anteriormente realizados, afim de não ser repetitivo. Mas parece-me que tudo o que penso sobre este tipo de eventos já lá está escrito. De qualquer forma vou fazer a minha obrigação, divulgar o evento e a modalidade.

ATLETAS - Eu não treino atletas, eu treino seres humanos, pessoas que têm sentimentos, sentem emoções, seres que por vezes são muito frágeis, física ou mentalmente e que têm todas as necessidades de afecto e carinho que qualquer ser humano tem. Não são de forma alguma somente uns seres portadores de um mecanismo que transforma energia química em energia mecânica, indivíduos acéfalos a quem se exige o máximo de rendimento. Talvez por pensar assim o treino, é que gosto tanto do desporto adaptado.

BRILHANTE – Esta é palavra que me ocorre para definir a prestação dos atletas portugueses nesta competição.

CAMPEÕES – Individualmente Portugal ganhou 30 medalhas, 6 de ouro, 12 de prata e 12 de Bronze. Teve um atleta que foi considerado o melhor atleta do Campeonato por ter ganho 3 medalhas de ouro e 4 de Bronze. Colectivamente Portugal foi campeão da Europa em masculinos e femininos.

DEFICIÊNCIA – Os atletas da deficiência intelectual são indivíduos com dificuldade de aprendizagem. Nada de confundir com os intelectuais deficientes que são uns indivíduos sem escrúpulos que andam por aí a “ lixar” a vida a toda a gente.

EMOÇÃO – Fiquei emocionado quando uma atleta antes de subir ao pódio para receber a medalha de ouro telefonou para a irmã e pediu-me para segurar no telefone para que a irmã que estava numa missão militar num país estrangeiro pudesse ouvir o hino Nacional. Do outro lado da linha podia-se ouvir. Venham, venham ouvir o nosso hino, a minha irmã está a receber a medalha.

FISIOTERAPEUTA – A fisioterapeuta da nossa selecção é quem socorre a todas as queixas e lamentos dos atletas. Tem sempre remédio para tudo, um spry aqui uma pomadinha acolá, uns alongamentos e quando isso não resolve, há sempre uma palavrinha de conforto. Vai longe a menina, lá isso vai

GANHAR- Embora não valorize muito os prémios, pois dou muito mais valor ao trabalho que se fez para lá chegar, acabo sempre por ficar contente com a felicidade dos atletas quando ganham.

JOGOS PARALÍMPICOS- Nesta selecção nacional estiveram presentes 5 atletas que integram o projecto de preparação paralímpica Londres 2012. Espero que todos consigam concretizar o desiderato proposto, pois os jogos paralímpicos são sem sombra de dúvida uma competição ímpar, tanto em beleza como na capacidade de superação do ser humano.

OBJECTIVO – O principal objectivo do desporto adaptado é colaborar na integração das pessoas com deficiência na sociedade, em condições que lhe permitam serem “aceites e respeitadas, proporcionando-lhes oportunidade de se tornarem úteis e produtivas “

SORRISO – Uma das nossas atletas contou-me entre sorrisos alguns momentos dramáticos da sua infância até aos dias de hoje. Sempre que se referia a uma dessas situações menos boas ria-se, mas era um sorriso nervoso. Um sorriso como nunca tinha visto, um sorriso muito triste. Nunca me vou esquecer.

TODAS – Todas as pessoas possuem diferenças, só que essas diferenças não deveriam servir para rotulá-las. Mas eu constato que as pessoas que não se enquadram num determinado “ modelo” estabelecido pela sociedade tendem a sofrer algum tipo de discriminação. A educação da nossa sociedade deveria começar por aqui……

Parabéns a todos aqueles que colaboraram para que este êxito fosse possível.