quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Midllemarch de George Eliot


George Eliot é o pseudónimo de Mary Ann Evans, que adotou um nome masculino para criar as suas obras.” Meddlemarch: um estudo da vida provinciana” é um livro para ir degustando calmamente, com o prazer que só os bons livros nos podem dar. É uma obra obrigatória para os amantes da leitura, não só por ser considerado pela critica especializada como um dos melhores livros do século XlX, mas, também por nele serem dissecadas de forma sublime as diversas facetas do comportamento humano. Antes de começar a ler as mais de 800 páginas de Meddlemarch e, como sempre faço com escritores que leio pela primeira vez, fiz alguma pesquisa biográfica sobre George Eliot, tendo lido algumas referencias que me deixaram surpreendido, como por exemplo; compará-la a Liev Tolstói. É claro que achei um exagero e, não valorizei essas opiniões. Mas, agora que acabei de ler Meddlemarch, digo que fiquei agradavelmente surpreendido e que George Eliot, nesta obra, ombreia efetivamente com os grandes nomes da literatura mundial. É uma grande obra, com um realismo extraordinário. Não vou escrever sobre as personagens nem sobre a história, vou apenas colocar uns breves excertos de forma a aguçar a curiosidade sobre este magnifico livro.

“O carácter não é uma peça de mármore…Não é algo de sólido e inalterável. É algo que está vivo e se transforma, e pode adoecer como também acontece com o nosso corpo”

“…. Houve grande regozijo na antiquada sala de estar, e até os retratos dos magistrados célebres pareciam observar a cena com satisfação…”

“Os obstáculos mais terríveis são os que ninguém pode ver, exceto nós mesmos”

“Passa o tempo a tentar tornar-se aquilo que o marido desejava sem nunca chegar ao repouso de o saber contente com aquilo que era” 

Ao último capitulo do livro, George Eliot deu o nome de: “Conclusão” que termina desta magnifica forma:

“Mas o efeito do seu ser sobre os que a rodeavam teve um alcance incalculável: porque a multiplicação do bem no mundo depende em parte de atos que não são históricos; e se, tanto para o leitor como para mim, as coisas não são tão más como seria possível que tivessem sido, devemo-lo em boa medida àqueles que viveram fielmente uma vida desconhecida, e que repousam em sepulturas que não visitamos”

(Uma dica: Quando comecei a ler o livro, imprimi uma “cábula” da Wikipédia, enciclopédia livre, que tem uma discrição muito boa de 22 personagens que fazem parte desta história e, que por vezes quando andava um pouco perdido com as diversas ligações entre as personagens, foi um documento muito útil)

 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A Desculpa


Existe a desculpa esfarrapada cujo expoente é a famosa frase: “eu não tenho culpa, a culpa é do meu signo”, a desculpa religiosa “a culpa é do diabo, foi ele que me tentou” e a desculpa cientifica, “A culpa é do Gene “.  A desculpa é transversal a toda a sociedade, desde o trivial ao argumento mais sofisticado, existem desculpas para todos os gostos. No parlamento brasileiro uma deputada expressou de forma convicta: “A corrupção está no DNA do brasileiro”. É sobre a desculpa científica que vou tecer algumas palavras neste artigo. Não me querendo imiscuir numa área que não domino, limito-me a referenciar somente o que a um leigo é permitido. O DNA é constituído por cromossomas que por sua vez são constituídos por genes. Os genes são um género de manual de instruções codificadas. A nossa herança biológica, (hereditariedade) é transmitida pelas características codificadas nos genes. Segundo o biólogo Dawkins, os genes é que criaram o nosso corpo e a nossa mente. Compreendendo a parte biológica dos genes, já não é tão claro, que sejam eles os responsáveis pelas nossas atitudes, perfil psicológico, emoções, opções morais e éticas. É comum a expressão: “Não podemos fazer nada, ele é assim, faz parte da sua genética (feitio)”. O geneticista Dean Hamer, depois de já ter mencionado um gene responsável pela homossexualidade, mais propriamente o cromossoma x secção xq28, saiu recentemente com um livro (O gene de Deus) que revela o gene (Vmat2) como responsável pela fé religiosa. Embora não explique se foi esse gene responsável pelo homem criar Deus ou se foi Deus que criou esse gene para o homem saber da sua existência. Também um estudo efectuado na Finlândia revelou dois genes que podem estar ligados à violência. Já se identificou o gene do alcoolismo e, até o da promiscuidade e da infidelidade. Ou seja, nós não somos responsáveis pelas nossas ações, mas umas “pobres” vítimas dos genes. É claro que estes argumentos já estão a ser utilizados habilmente pelos advogados para redução de penas. Acredito no livre arbítrio filosófico, doutrina que afirma: “o ser humano é livre de escolher ou decidir em função da sua própria vontade, estando isento de qualquer condicionamento prévio ou causa determinante” Acredito na educação que por sua vez produz o respeito. Acredito na consciência e, não acreditando na religião, acredito na espiritualidade. O corpo não é simplesmente uma máquina para a sobrevivência e transmissão dos genes é, também uma entidade para o desenvolvimento do espírito. O que provoca o alcoolismo não é o gene é, a infelicidade e a miséria humana. Os cerca de 800 milhões de pessoas ameaçados de morte por causa da fome, devido ao desperdício de alimentos. Os 60 biliões de animais mortos por ano nos matadouros, o aquecimento global, a infestação dos produtos agrícolas com químicos e toda a destruição da natureza, as guerras para fomentar a venda de armas, a precariedade no emprego e desigualdades sociais, nada disto tem desculpa, a culpa não é dos genes, dos signos ou do diabo é da estupidez humana, que como Einstein disse: “É infinita”.

domingo, 31 de dezembro de 2017

Reprogramação


Já defendiam os pensadores da antiga Grécia e mais tarde Marx e Sartre, entre outros, que o homem é um animal social e produto do meio em que vive. O homem mentalmente constrói-se a partir das suas relações sociais, sendo influenciado pelos paradigmas (cultura) que lhe são impostos desde a mais tenra idade. Somos vitimas e cúmplices de uma educação familiar, religiosa, escolar e social. “...nascemos originais e morremos cópias “esta frase retrata a vivencia da maioria das pessoas. Somos treinados para sermos trabalhadores e não empreendedores. A sociedade de forma inteligente e, sabendo que um indivíduo num determinado ambiente se ajusta ao mesmo, molda os seus membros conforme as suas necessidades. Esta organização (sociedade) gerou mecanismos de repetição constante, que por sua vez acabam por criar automatismos, na ação dos indivíduos. Os vícios, são um exemplo de como a repetição constante manipula facilmente o ser humano. Podemos constatar este aspeto mesmo nas chamadas drogas legais: cafeína, nicotina e álcool, aceites e fomentadas socialmente, cujo efeito dissuasor de uma sociedade estratificada, instrumentalizada e altamente competitiva, serve plenamente os objetivos dessa mesma sociedade. Estaremos condenados a ser apenas um produto do meio em que vivemos? Eu penso que não. Nós podemos ser subversivos, temos capacidade para fazer uma reprogramação “emocional”, destruir padrões “mentais” entranhados, mudar de hábitos criando novos paradigmas. Com a repetição sistemática de um determinado comportamento o cérebro cria vias sinápticas mais rápidas fazendo com que ações promovam outras ações de uma forma quase automática. Assim foram criados os nossos atuais padrões de comportamento e, desta forma também podemos criar novos hábitos, abandonando aqueles com que não concordamos. Mas, é importante sabermos que os novos hábitos levam algum tempo a se fixarem. Também é preciso lembrar que os nossos antigos hábitos sugiram através de repetições de comportamento e, mesmo depois de “quebrados”, esses comportamentos podem ser reativados sobre o menor estímulo. Depois de adquirirmos novos padrões de comportamento, não devemos abrir alguma exceção para voltar a utilizar algum dos padrões que com tanto esforço conseguimos eliminar. Alterar comportamentos pode ter um efeito que vai muito além do fator individual. Dou o exemplo do que uma simples alteração dos hábitos alimentares pode fazer: foi feito um estudo pela universidade de Oxford onde prova cientificamente que ser vegetariano reduz para metade a pegada ecológica. Como podemos verificar os nossos comportamentos podem ter impacto a nível global. Nota-se um número crescente de pessoas a quererem alterar os seus padrões de comportamento, mas nós somos seres programados, a mudança mete sempre medo, exige esforço e dedicação.  Qualquer um de nós e após uma introspeção, se quiser, pode mudar qualquer hábito por muito enraizado que esteja. Na minha opinião o fator importante para conseguirmos reprogramar os nossos hábitos não é a força de vontade, mas a consciência e a capacidade de se liderar.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Sete Anos


Nas últimas semanas têm surgido na comunicação social, com maior regularidade, alguns nomes que são desconhecidos por grande parte das pessoas. Refiro-me a: WEB Summit, Startups e CEOs. Simplificando esta terminologia: a Web Summit é simplesmente uma conferência sobre tecnologia que se realiza anualmente desde 2009. Startups são empresas que iniciam uma atividade com baixo custo de manutenção em atividades inovadoras no mercado e crescem rapidamente aumentando grandemente os seus lucros. Os CEOs são os chefes máximos das grandes empresas, responsáveis pelas suas estratégias e visão. Como podemos constatar, não vale a pena ficar amedrontado com estas nomenclaturas, pois sempre houve conferencias sobre tecnologia, empresas que apostando com baixos custos em produtos inovadores, tornaram-se grandes empresas e, também sempre houve “Chefões” que orientaram e inovaram com grande visão grandes empresas. No suplemento Económico do Expresso de 18 de novembro, a jornalista Sónia Lourenço, faz um excelente artigo tomando por tema uma informação da consultora Deloitte, em que esta consultora prevê sete anos para o surgimento de “alterações drásticas nos modelos de trabalho e nos próprios trabalhadores com a entrada no mercado global das novas gerações”, isto quer dizer que as empresas e os trabalhadores têm um espaço temporal bastante curto para se adaptarem à nova realidade. Neste artigo a jornalista faz menção ao robô “Sophia” que na Web Summit realizada recentemente em Lisboa disse: “Nós não vamos destruir o mundo, mas vamos roubar os vossos empregos”, depois fazendo referência a um estudo, diz que em Portugal 57% dos empregos são vulneráveis à automação. Na minha modesta opinião, a forma como toda esta temática é apresentada, tem objetivos que ultrapassam a simples informação da evolução tecnológica. Visa preparar as pessoas com menos habilitações para o desemprego, atribuindo as culpas à tecnologia e passando uma mensagem de incapacidade técnica para acompanharem os tempos que se seguem. O avanço tecnológico não vai fazer desemprego, o que vai produzir desemprego é a ganância humana. O desemprego atual não é devido aos computadores nem às máquinas é devido à deslocação das grandes empresas para os países emergentes e do terceiro mundo à procura de mão de obra barata e onde é fácil escravizar seres humanos, tudo isto em nome do vil metal. Mesmo nos países desenvolvidos as empresas, alegando engenharias financeiras, promovem o trabalho precário e o desemprego.  A história ensina que a evolução tecnológica não produz desemprego, pelo contrário o número de empregos que cria é superior ao que destrói. Citando Sérgio Lee, sócio da Deloitte a revolução industrial acontecida no início do século XIX, “embora alterando a estrutura de emprego, gerou mais empregos que os que eliminou”. Sérgio Lee defende: “acreditamos mais no conceito de Inteligência aumentada no que no de inteligência artificial….A nova espécie dominante serão seres humanos “mesclados” com máquinas”.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Não Obstante a Palavra


Não obstante a palavra “vegetariano” já não ser uma palavra exótica e, reconhecendo que atualmente existe uma maior curiosidade e procura de informação sobre a alimentação vegetariana, ainda assim, existem alguns mal-entendidos sobre este tipo de alimentação. Estando referenciados vários tipos de vegetarianismo, na maior parte dos casos, quando alguém diz ser vegetariano, simplesmente está a dizer que não come animais. Com exceção dos vegetarianos” Vegans” que além de não comerem animais, não consomem nenhum produto de origem animal, grande parte dos vegetarianos têm uma alimentação que se coaduna com a alimentação dita” Normal” Omnívora, excetuando três alimentos: carne, peixe e marisco. Desmistificando o vegetarianismo, começo por dar o exemplo de um convívio onde consta uma refeição omnívora e, a presença de um vegetariano nesse convívio possa causar algum constrangimento ao anfitrião. A pergunta mais comum é: mas o que é que vou cozinhar para ele? É muito fácil. À exceção do animal, o vegetariano come de tudo. Todo o tipo de farináceos, legumes, leguminosas, frutas e alguns até comem ovos, queijos e demais derivados do leite, que podem ser preparados e cozinhados de qualquer forma. Ou seja, com os ingredientes que estão a fazer a refeição omnívora, só não adicionando a carne, peixe ou marisco, poderão fazer uma bela refeição vegetariana. Todos esses alimentos quando bem confecionados e condimentados com as excelentes especiarias que existem, fazem pratos deliciosos para o vegetariano ou qualquer outra pessoa. Ao contrário do que se pensa, o vegetariano não é somente um comedor de saladas. Embora possa comer, o vegetariano também não é um comedor de soja, tofu, Shoyu, Algas, seitan, alimentos integrais e, tantos outros produtos que fazem parte da alimentação macrobiótica e não da alimentação vegetariana. O vegetariano faz uma alimentação completamente normal, só não come animais. Como acontece com pessoas que por motivos de alergias, gustação ou alguma sensibilidade, não comem certos alimentos é, normal que também algum vegetariano tenha algumas restrições mesmo nos alimentos que podem fazer parte do seu cardápio. Anteriormente mencionei que existem vários tipos de vegetarianismo, este facto está diretamente relacionado com as motivações que levam as pessoas a esta prática. Podem ser motivos éticos (respeito pela vida dos animais), a própria saúde, razões ambientais (ecológicas e económicas) ou por razões espirituais. Independentemente do regime alimentar ou da razão da opção, o importante é sermos consumidores responsáveis e estarmos conscientes que a nossa opção alimentar tem consequências devendo ter em conta: um baixo impacto ambiental, proteger e respeitar a biodiversidade e o ecossistema, ser sustentável, nutricional e saudável. Daí, devermos dar preferência aos produtos sazonais, nacionais, de origem vegetal e produção biológica. Assim também ajudaremos os agricultores e mercados locais e concomitantemente estamos a ser uteis à economia global.

domingo, 30 de julho de 2017

Capitalismo Global

Império: “Unidade política que abrange uma vasta extensão territorial e que integra povos com diferentes culturas sob um único poder, independentemente da forma de governo”.  Nos últimos dois milénios, utilizando a força e as invasões militares floresceram impérios como o Helénico, Romano, Bizantino, Otomano entre outros, com um objetivo comum, conquistar terras e ter um domínio total sobre as suas riquezas e povos. Todos esses impérios eram personificados por uma grande figura, uma nação ou um sistema político. Assim sendo, a sua génese estava identificada e, foi possível lutar contra esses poderes e vencer. O imperialismo para os historiadores foi dado como extinto e, ao longo das últimas décadas um sistema democrático e a independência das nações foi-se impondo na generalidade dos países. Mas, subtilmente, surgiu um novo modelo de domínio, que sem rosto, nação ou sistema politico, cumpre na integra os objetivos do antigo Império. Tem um especto aparentemente inofensivo, objetivos altruístas, é atrativo, fascinante, domina as sociedades, sistemas políticos e nações. O império não acabou, mudou de estratégia. Hoje não utiliza as invasões militares como antigamente, o atual sistema imperial cujo nome é: “capitalismo global” faz exatamente o que os antigos impérios faziam, invade as nações, domina os seus povos e riquezas. Este sistema conseguiu absorver e comprometer as elites da maior parte dos países, fossem eles considerados ricos, emergentes ou pobres. Impôs ao mundo um mercado livre e global, os estados, seus habitantes e as multinacionais começaram a funcionar em função desse mercado. Criou-se mecanismos que permitiram a transferência de empresas e empregos dos países desenvolvidos para países onde a mão-de-obra qualificada e a matéria-prima são mais baratas e com uma baixa carga de impostos. Tudo vale para fazer riqueza, o império não permite que alguém o conteste, só no último ano foram assassinados 200 ativistas ambientais, por contestarem o sistema. Conforme escreveu Aldous Huxley “A ditadura perfeita terá a aparência de uma democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão com a fuga. Um sistema de escravatura onde graças ao consumo e divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão”  É alarmante a nível ambiental a crescente destruição da biodiversidade e o uso excessivo de recursos naturais, a nível social, o aumento de desemprego e trabalho precário nos países desenvolvidos. O capital precisa de transformar continuamente a natureza em mercadoria para sustentar o seu crescimento, a sua expansão tem de ter um ritmo sempre crescente para que não caia em crise e haja uma queda das ações. O consumismo excessivo está a ser introduzido nas populações como uma droga altamente viciante. O “capitalismo global” a seguir às armas atómicas é a maior ameaça que o mundo já enfrentou. Cabe a cada um de nós, ter consciência desta realidade e iniciar a sua luta contra o sistema, não se deixando manipular e passando esta mensagem tão importante para a salvação do planeta e da raça humana. 

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Uma boa Notícia


Maria Helena Braga, uma investigadora portuguesa docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) está ligada a uma descoberta tecnológica com enormes benefícios para meio ambiente. Helena Braga e a sua equipa, descobriram o eletrólito sólido de vidro, sobre o qual em 2014 publicaram um artigo na revista cientifica “Materials Chemistry A”, que serviu de base para o grande interesse demonstrado pela comunidade científica internacional. Esta descoberta pode ser a solução para a construção de um novo modelo de baterias com um impacto ecológico positivo de grandes dimensões. Sem entrar em pormenores técnicos sobre os quais não estou capacitado, menciono apenas aquilo que mais interesse tem para o cidadão comum. O eletrólito de vidro permite construir baterias com três vezes mais capacidade de armazenamento do que as produzidas atualmente. O uso de eletrólitos de vidro permite a substituição do lítio que é um material raro, por sódio que em contrapartida é muito abundante, barato e extraído da água do mar. Não tem o perigo de explosão e deverá ser a solução para os carros eléctricos. Pode também ser utilizada em redes elétricas, resolvendo em grande parte a problemática da produção de energia a partir das fontes de energia renováveis intermitentes como a eólica e a solar. Acrescentando a tudo isto, esta bateria tem uma durabilidade muito maior que as atuais e tem um baixo custo monetário de aquisição, a sua reciclagem não necessita de grandes cuidados. Helena Braga encontra-se a trabalhar no desenvolvimento deste projeto na Universidade do Texas em Austin juntamente com o consagrado John Goodenough que foi o inventor das baterias de iões de lítio. Embora a produção da nova bateria não dependa dos investigadores, estes preveem o espaço de dois anos para a comercialização das mesmas. É uma descoberta que poderá ficar na história Mundial da engenharia física e pode ser que, após o premio Nobel da Fisiologia e Medicina ganho pelo médico português Egas Moniz em 1946, o prémio Nobel da literatura entregue ao escritor português José Saramago em 1998, Helena Barros conquiste o terceiro prémio Nobel para Portugal. Noticias como esta deveriam abrir os noticiários da rádio e televisão, serem notícias de primeira página dos jornais. Este feito deveria servir, para quem informa e divulga, aprofundar o tema da investigação em Portugal, entrevistar investigadores, dar voz aos que das Universidades clamam por mais licenças sabáticas para quem quer fazer investigação, ajudarem as universidades/ faculdades a divulgarem os seus talentos e não estar à espera de receber de fora do país as notícias dos êxitos dos nossos investigadores. As televisões a rádio e os jornais não podem estar só ocupados com os treinos e jogos de futebol, com facadas e tiroteios. As principais notícias não devem ser sobre créditos, dívidas, penhoras, prestações, juros e multas. Todos os dias existem portugueses que fazem coisas fantásticas e essas notícias é que deveriam estar em destaque. Que este êxito sirva para dar o passo qualitativo no ensino público, que se avalie a possibilidade de inclusão de modelos pedagógicos alternativos como o método High Scope, a Pedagogia Woldorf, o método Montessori, o método pedagógico Escola Moderna entre outros que fomentam a criatividade, desenvolvem o sentido critico, a cidadania, o autoconhecimento e a responsabilidade. Estes métodos pedagógicos têm por objetivo desenvolver a potencialidade cada um e estimular uma atitude cada vez mais ativa na procura do conhecimento. Para os atuais avanços tecnológicos as formas clássicas de ensino deixam de fazer sentido, desde muito novos os alunos devem aprender a relacionaram-se com a comunidade, serem colaborativos e cooperativos e compreenderem os desafios que o desenvolvimento tecnológico lhes apresenta.