quinta-feira, 28 de maio de 2009

Livros para ir lendo


Nesta obra maravilhosa, Raimond Gaita, um amante de cães e filósofo, conta histórias inspiradoras, e por vezes divertidas, de cães, gatos, abelhas e borboletas. Muitos desses relatos referem-se a animais que conheceu: Jack, a catatua, Gypsy, a cadela e Tosca a gata vadia. Mas, longe de se centrar só na sua experiência, a reflexão de Raimond Gaita abarca autores como J.M. Coetzee e Hannah Arendt e filósofos como Wittgenstein e Descartes.Interroga-se sobre o que pensam e sentem os animais. Será um erro atribuir os conceitos de amor, devoção, lealdade, pesar, coragem ou amizade aos animais? Porque nos importamos tanto com algumas criaturas e tão pouco com outras? Ao proporcionar uma forma diferente de pensar os animais, sugere que será o amor a fornecer-nos o melhor modelo do respeito que lhes devemos.Repleto de relatos inspiradores e considerações acerca das formas como reagimos a tudo, desde aranhas a montanhas, O Cão do Filósofo é comovente, por vezes cómico, e apela constantemente à nossa reflexão.Raimond Gaita nasceu na Alemanha em 1946. É professor de Filosofia Moral no King’s College da Universidade de Londres e professor de Filosofia na Universidade Católica Australiana. As suas obras incluem o premiado Romulus, My Father; Good and Evil: An Absolute Conception e A Common Humanity: Thinking About Love & Truth & Justice.Biografia retirada à FNAC

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Reflexo miotático e reflexo miotático Inverso


O reflexo miotático de encurtamento e o reflexo miotático inverso fazem parte das muitas questões que os atletas colocam nos treinos. É normal um velocista , quando lhe é pedido que faça saltos de cima de uma caixa para o chão e novamente para cima de outra caixa , ou saltos sobre várias barreiras, perguntar: mas para que é que isto serve? eu não sou saltador. Ou , qual é a utilidade deste treino? E um treinador deve sempre dar uma explicação,para o tipo de trabalho que mandou efectuar.Eu escrevi sobre este tema com dados que retirei de um trabalho do Profº Nelson Kautzner,mas reconheço que a minha síntese ficou um pouco confusa.Fundamentalmente, o que quis, foi explicar a utilidade deste tipo de trabalho na planificação do treino do velocista. Aos poucos vou tentar melhorar este artigo, com a introdução de dados de outros trabalhos.
O ciclo de alongamento/encurtamento, vulgarmente chamado de forma incorrecta, pliometria, contribui de forma significativa para a melhoria da força reactiva neuromuscular (VILLAR, 1987). O ciclo de alongamento/encurtamento consiste em saltos em profundidade, onde existe uma extensão brusca (de choque) dos músculos, seguida de uma mudança rápida da extensão à contracção, em condições de carga exterior considerável. Por conseguinte, a importância primordial aqui não é do regime Pliométrico (excêntrico), mas do inverso do trabalho muscular, onde a fase de contracção do trabalho exerce o papel principal. (Verkhoshanski (1996).

Neste tipo de treino, o atleta inicia o salto em profundidade através de uma queda na vertical com a coluna vertebral erecta Verkhoshanski (1996). Quando o atleta chega ao chão dá-se a fase de impacto (BACA, 1999) iniciando assim tal qual na fase de apoio da corrida a tripla flexão. Flexão da anca, do joelho e da articulação do pé, acontecendo também uma flexão mínima da coluna. As flexões das articulações, provocam um alongamento dos músculos e por conseguinte uma contracção muscular excêntrica (Gollhofer1991) estimulando o fuso muscular (Os fusos musculares são organizados paralelamente ás fibras dos músculos. Quando o músculo é alongado por uma força externa os fusos musculares estão sujeitos ao alongamento. O alongamento induz a um aumento da descarga no fuso muscular. O que mais tarde causa um incremento na descarga de alfa-motoneurônios e portanto, uma contracção reflexa do músculo alongado. Este reflexo de contracção faz com que o músculo retorne ao seu comprimento inicial, a despeito das mudanças de carga aplicadas ao músculo (retroalimentação de comprimento) Zatsiorsky (1999)

Com o aumento da flexão da anca, joelho e articulação do pé, o reflexo miotático já está totalmente desencadeado (Dantas, 1995). A contracção muscular proveniente do reflexo miotático, gera uma tensão e acciona os órgãos tendinosos de Golgi (os órgãos tendinosos de Golgi são dispostos em série junto ás fibras musculares. Esses receptores são sensíveis as forças desenvolvidas pelo músculo, ao invés da sua mudança de comprimento como no caso dos fusos musculares. Se a tensão muscular aumenta de forma aguda, o reflexo tendinoso de Golgi provoca inibição da acção muscular. Como resultado, temos uma queda da tensão muscular que previne o músculo e o tendão de se lesionarem (retroalimentação de força)) Zatsiorsky (1999) através de uma resposta reflexa que acompanha relaxamento da musculatura (Barbanti, 1998) preparando o atleta para a impulsão (Dantas, 1995).

Para armazenarmos energia elástica dependemos de um alongamento do músculo (contracção excêntrica) e a rápida passagem da fase excêntrica para concêntrica, transforma a energia elástica em energia mecânica que é transferida para os membros inferiores em menor custo metabólico e aumenta a força de impulsão (Barbanti, 1998)
Agora interessa saber qual a utilidade deste tipo de trabalho nas corridas de velocidade. Verkhoshanski (2001) afirma que as capacidades elásticas musculares além da eficácia elevada dos esforços explosivos que serão realizados com a potência máxima, contribuirão para a intensificação da economia mecânica dos movimentos úteis. A manutenção da energia elástica do pré – estiramento garantirá o alto nível de economia da corrida, e dos saltos, o que é caracterizado pela diminuição do valor do consumo energético no decorrer do mesmo trabalho mecânico. Também Viitasalo et al. (1998) informa que as sessões de salto em profundidade melhoram o potencial das fibras de contracção rápidas e aumentam a quantidade de fibras rápidas na musculatura treinada. Fox e tal (1991) informam que o salto em profundidade melhora a sincronização do atleta para gerar contracções musculares, de preferência a energia elástica. A facilitação neural em virtude das sessões de salto em profundidade promove aumentos de força.
Como a energia utilizada na corrida dos 100 metros (ATP) é extremamente limitada, o Prof. Jayme Netto grande especialista das provas de velocidade, defende que esta prova deve ser corrida com o máximo de poupança de energia possível, e que o treino para a prova dos 100 metros é 60% estrutural e 40% metabólico.O Profº Jayme Netto também menciona num seu artigo que: " para estimular os órgãos tendinosos de Golgi e o fuso muscular, para obter-se o reflexo miotático, é necessário que o músculo esteja em uma condição excêntrica prévia e o tempo de reacção no solo seja entre os 100 e 200 mlsegundos.
Na fase da velocidade máxima, de uma prova de velocidade o elemento predominante é a força reflexa – elástico - reactiva. Assim vemos a grande utilidade que o treino de saltos em profundidade tem no planeamento do treino da corrida de velocidade.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Identifico-me com este Poema

















PARA SER GRANDE,SÊ INTEIRO:

Para ser grande,sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa


Põe quanto és
No mínimo que fazes


Assim em cada lago a Lua toda
Brilha, porque alta vive



Este poema foi escrito por Fernando Pessoa com o heterónimo de Ricardo Reis: Eu digo que foi escrito e não que é um Poema de Fernando Pessoa, porque a partir do momento em que o poeta divulga o seu poema, este deixa de ser seu e passa a ser de quem o lê.Cada um dá a própria interpretação. Eu identifico-me com este poema,com a interpretação que agora lhe dou.Mas futuramente,posso dar-lhe outro sentido. Esta é a beleza da poesia, nós vemo-la consoante o nosso estado de "espírito"

“Para ser grande, SÊ inteiro:”
Ser inteiro, é sermos o que somos, aceitarmos a realidade, nos defeitos e nas virtudes. Não é necessariamente sermos perfeitos. È não desvirtuarmos aquilo que somos, é não sermos como a água do mar, que mostra um azul de uma beleza inigualável, mas quando lhe tocamos verificamos que é incolor.
”Nada teu exagera ou exclui”
Não podemos abdicar de nós próprios, a nossa realidade deve sobrepor-se a tudo.Devemos banir das nossas vidas, o que é ilusório e, é usado para manipular as nossas mentes, causando muitas vezes sofrimento.
”SÊ todo em cada coisa”
é viver intensamente cada momento como se fosse o último, mesmo nas mais pequenas coisas. Procurar a felicidade em tudo o que nos rodeia. Viver a vida na sua plenitude e não em pequenos retalhos.
Põe quanto és no mínimo que fazes”
Devemos dar sempre o nosso máximo, procurar a excelência em tudo o que fazemos. Evitarmos a mediocridade. Quem dá tudo o que tem, a nada mais é obrigado. Esta é uma grande lição de como viver a vida.
”Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive”
Nós nascemos, para desfrutarmos de toda a beleza do mundo e temos capacidade de projectar o nosso amor em tudo o que existe, para isso basta sermos como a Lua, vivermos no alto.

domingo, 17 de maio de 2009

Qualidade de vida? o que é isso?


" O homem perde a saúde tentando ganhar dinheiro.Depois perde o dinheiro tentando recuperar a saúde.Vive como se nunca fosse morrer.Morre como se nunca tivesse vivido"

Bem sei que quem escreveu isto não tem casa para pagar, familia para sustentar e muito menos um trabalho com horários para cumprir.Mas mesmo assim eu estou de acordo com tudo o que está escrito. E ao ler essas verdades resolvi pensar no meu dia a dia e cheguei à seguinte conclusão:
Gostaria que o dia tivesse pelo menos 40 horas. Penso que assim conseguiria fazer as coisas que gosto e ainda teria tempo para descansar. Agora com dias de 24 horas, não é fácil, mesmo aproveitando ao máximo. O meu dia começa levantando-me ás 6 e 15, pequeno-almoço e vou até ao ginásio fazer um pequeno treino das 7 até ás 8.Assim consigo fazer uma coisa que gosto, treinar. Depois às 8 e 30 entro no trabalho que acaba às 17 , com uma hora para almoçar pelo meio. Esta parte, é uma necessidade, pois é com o dinheiro que ganho no trabalho que me sustento a mim e à minha família. Às 17 e 30 entro na pista de atletismo para dar treino, que normalmente acaba por volta das 21 horas. Mais uma coisa que gosto, que é dar treino de atletismo. Depois passo por casa, vou buscar a mulher e os filhos, vamos tomar um café, conversar um pouco, segue-se o jantar e já são 23 horas. Ainda há planos de treino para verificar, inscrições para provas, etc. Conclusão, ir para a cama, sempre depois das 24 horas.Fins de semana, normalmente competições. Adoro ler, o que raramente consigo, gosto de brincar com os meus filhos, mas não tenho tempo, gosto de ir ao cinema, mas é quase impossível, etc, etc, etc Procuro uma solução para conseguir fazer mais coisas que gosto, poder descansar um pouco. Jogo no euro milhões e no totoloto, mas parece que não vai resultar. Então terei que alterar alguma coisa, mas não sei o que alterar ou como alterar. Até lá, vou reflectindo, nas primeiras frases com que iniciei este texto, pois não quero morrer como se nunca tivesse vivido.Nem viver como se nunca fosse morrer.